Depois dos «Befores», pode haver um «After», de Linklater

16:59:00 Unknown 5 Comments


Um colega aqui das andanças da blogosfera disse-me no outro dia que andava a ser preparado o terceiro filme de Richard Linklater, que viu o seu início com "Before Sunrise", há 17 anos. Na altura, lembro-me de ter ficado um céptica e pensado que provavelmente iria demorar bastante tempo até ser confirmado o dito filme... Mas, contra todas as minhas conclusões, hoje, Ethan Hawke reiterou, durante uma entrevista à MTV News, a informação. Este alegou que realmente está a trabalhar numa continuação de "Before Sunset", que voltará a ter a direcção de Linklater. Contudo, o actor adiantou ainda que "embora a longa-metragem esteja a ser escrita, pode não ser filmada, caso achem que não irá funcionar". A nova película está a ser filmada, ao que parece, na Grécia. Apesar de o filme não estar totalmente assegurado, Hawke mostrou animo com o projecto. Outra não confirmação é a presença de Julie Delpy, naquele que tem como título provisório "After Midnight". No entanto, acho difícil a ausência da actriz francesa, pois perder-se-ia o fio à meada, com a supressão da sua personagem, da continuação de uma história que começou em 1995.

Com o novo filme, recorde-se que sairá também 9 anos depois como o segundo, a obra de Linklater tornar-se-à uma trilogia. 

Recordemos que no último filme as personagens vão até ao apartamento de Celine (Julie Delpy) e que Jesse (Ethan Hawke), que se encontra em Paris para divulgar o seu livro, tem um voo marcado nesse dia para regressar aos Estados Unidos. E por isso o tempo urge...

Contra todos os "senãos", que mais uma sequela pode acarretar, é sem dúvida uma excelente notícia para os fãs, que poderão assim ver uma conclusão para o destino do par romântico. 

5 comments:

May the force be with you!

Brad Pitt mata com classe em "Killing them Softly"

16:35:00 Unknown 1 Comments

Para aqueles que têm saudades do Brad Pitt dos velhos tempos, "Killing them Softly" parece prometer reavivar o badass adormecido dentro do actor. Com um cartaz que não tem muito que enganar,simplista, em que o actor emprega uma grande shotgun, com um estilo próximo das personagens de Pitt nos filmes "Snacth" e "Fight Club", é assim que o filme se apresenta ao público. 

A nomeação no Festival de Cannes para a Palma de Ouro é já um forte indício que comprova a sua qualidade. Para não falar de um cast nada anónimo: Brad Pitt, Ray Liotta, Richard JenkinsJames GandolfiniRay LiottaSam Shepard

Portanto, para os que gostam do marido de Jolie e do género crime/thriler, a 1 de Novembro terão a oportunidade de o ver nas salas de cinema nacionais.

1 comments:

May the force be with you!

Personagens famosas, mas actores não

19:20:00 Unknown 3 Comments

É recorrente quando se fala de actores mencionar alguns filmes ou personagens marcantes, que desempenharam ao longo da sua carreira, para mais facilmente explicarmos quem é a alguém. No entanto, existem alguns actores que são, pelo menos por aqueles que não sabem de cor os nomes de tudo o que mete cinema, mais conhecidos pelas suas personagens do que propriamente pelo seu nome e, por isso, surgiu a ideia para a lista que se segue. Esta pode conter mais e mais nomes, mas irei começar para já com estes...e aguardo pela vossa ajuda para a fazer crescer.

Austin Powers interpretado por Mike Myers


Mr.Bean interpretado por Rowan Atkinson

Luke Skywalker interpretado por Mark Hamil

Spock interpretado por Leonard Nimoy

Freddy Krueger interpretado por Robert Englund


3 comments:

May the force be with you!

Luta contra o aborrecimento #3: séries

09:56:00 Unknown 0 Comments

Para quem gosta de britcoms, mas não encontra nada de jeito recente, esta série é para vocês. "Him and Her", escrita por Stefan Golaszewski, mostra-nos a história do dia-a-dia de um jovem casal, na casa dos 20, que tenta lidar com os problemas inerentes a uma relação. Na série, são debatidos assuntos bem corriqueiros, mas sempre com um toque de humor bem inteligente e nada banal. Desde o tempo de convívio com os amigos (Laura, Paul e Shelly), aos seus problemas íntimos, ao vizinho estranho (Dan), à rotina e intimidade que vai de modo exponencial surgindo com o passar do tempo, tudo tem lugar na série. É uma história sem personagens cliché: são bem distintivas e, ao mesmo tempo, próximas de um casal comum dos tempos modernos. Nada de grandes conservadorismos, nem problemas em dizer palavrões ou em falar de assuntos mais tabus, tal como acontece em grande parte das sitcoms  (mesmo que não exista lugar para aquela gargalhada fictícia do público). Mesmo que esta pertença à BBC3, o estilo informal da série faz-nos lembrar outros programas já passados na HBO; esvoaça entre o humor mais picante ao mais "filthy", mas sempre, como é britânicamente comum, com uma certa classe, que não recai na javardice da comédia americana.


O modo como a série é conduzida tem um certo charme, faz-nos pensar no caminho que percorre geralmente as nossas próprias relações devido ao ar quase documental e próximo daquilo que é exibido. Uma câmara pouco estática que se mexe entre pouco mais do que três divisões, um monte de personagens caricatas longe do perfeccionismo e ainda muita química entre os dois protagonistas - Russell Tovey (Steve) e Sarah Solemani (Becky) é esta a receita desta sitcom. No entanto, de todas as personagens a que acho verdadeiramente soberba é a de Dan, o vizinho estranho (poderão vê-lo no vídeo abaixo), que é bastante alienado e inconveniente. Mas marca todos os episódios com um momento hilariante.


"Him and Her" já conta com duas temporadas e vai voltar para uma terceira, agora, em 2013. No Reino Unido, a série tem tido uma grande aceitação por parte de críticos e do público. Cada episódio tem apenas cerca de vinte minutos, que passam a correr e são cortados por um curto e viciante genérico ao som de "Boom Bang-a-Bang", de Lulu. Por isto tudo, e muito mais, aconselho vivamente que a conheçam de perto. Garanto-vos que depois do segundo ou terceiro episódio vão ter pena de não a terem conhecido antes e de a nova temporada ainda não ter saído.

Parte de um episódio:

Tema do genérico da série:

0 comments:

May the force be with you!

T-shirt Guess

08:47:00 Unknown 0 Comments

(clicar na imagem para aumentar o tamanho)
Esta semana tenho um Guess diferente. Depois do Guess Extreme, para não cair na rotina, o CINEMA'S CHALLENGE deixo-vos aqui uma imagem de t-shirts míticas do cinema, apresentadas por ordem cronológica, e só têm de adivinhar a que filme/personagem pertencem. 

Espero que consigam chegar lá, e não se esqueçam de deixar aqui as vossas respostas.

Deixo-vos também aqui um indie pop para acompanhar a vossa tarefa.

0 comments:

May the force be with you!

Cinema pela Net

04:50:00 Unknown 0 Comments

Uma coisa que tenho admirado cada vez mais ao longo dos anos é a capacidade de fãs de cinema fazerem óptimos posters e imagens relacionadas com os seus filmes preferidos, que na minha opinião, muitas vezes, são bem melhores do que as oficiais. 

Ficam aqui alguns exemplos magníficos de produtos fan mades, dignos de serem vistos.






0 comments:

May the force be with you!

Crítica: «2 Dias em Nova Iorque»

19:50:00 Unknown 4 Comments


"2 Dias em Nova Iorque" mostra que é possível repetir-se a mesma receita, sem que por isso o resultado culmine num prato já saturado e pouco original. É assim que vejo este filme servido por Julie Delpy: como um prato delicioso integrado numa refeição que começou há meia década, com "2 Dias em Paris", e que não arrefeceu nem se estragou, continuando a ser bem-servida.

Foi já há 5 anos com o filme franco-alemão, “2 Dias em Paris”, que a realizadora chamou à atenção do público e crítica. Este apresentou-se como uma lufada de ar fresco no mundo de Hollywood, no qual poucas vezes vemos humor de qualidade. Na altura, o estilo e humor de Delpy impressionaram muitos críticos e foram comparados aos do grande génio da comicidade Woody Allen. Inteligente. Sarcástico. Neurótico. Realista. Tragicómico. São os quatro pontos base que tecem a ponte entre os dois realizadores, para não falar na tendência de integrarem o cast dos seus próprios filmes, serem realizadores e argumentistas, de terem na base das suas histórias o tema relações e de escolherem como plano de fundo diferentes cidades do mundo. E se acho que esta equiparação é justa? Penso que existe realmente pontos de contacto entre os dois realizadores, mas o facto de Julie Delpy ser mulher e europeia já lhe confere uns ingredientes bastante distintivos para não ficar apenas na sombra de outro excelente profissional da área e ser dona do seu próprio cinema.


Em «2 Dias em Nova Iorque» a francesa voltou a reunir grande parte do elenco (que continua a ser soberbo) que deu corpo à sua família no primeiro filme, o que favoreceu a sensação de familiaridade e continuidade da nova história. Além de que nos é explicada de forma natural a ausência de algumas personagens, seja pela morte ou separação, conferindo um tom lógico à narrativa; o que poucas vezes acontece originando plot holes. Nesta sequela, são ainda adicionadas novas personagens: um novo namorado, os seus parentes e filhos. Chris Rock (Mingus) é uma delas e faz par romântico com a actriz-realizadora Delpy (Marion). A dupla Delpy-Rock está a altura, não destoa e faz-nos sentir vontade de os ver a ter o “tal final feliz”. Ainda sobre Rock, é de enfatizar que este acaba por surpreender ao conseguir estar apto para o respectivo papel, distanciando-se da ideia da personagem de filme de paródia em que habitualmente o vimos. Albert Delpy, pai da realizadora na vida real e no filme, continua a integrar o elenco e a fazer um papel absolutamente hilariante – entre o perverso e o adorável.

Entre «Dois dias em Paris» e «Dois dias em Nova Iorque» são perceptíveis algumas semelhanças com a dupla de filmes pela qual Delpy ficou conhecida no mundo do cinema - «Depois do Amanhecer» e «Depois do Anoitecer». Seja pela semelhança ao se focar nos problemas das relações e choques culturais ou da passagem de anos entre filmes que dão um tom de veracidade à história, é impossível não se pensar nas duas obras de Richard Liklater quando se vê um produto de e com a realizadora-actriz. O que não é por si negativo, muito pelo contrário, é sinal de que estamos perante uma obra bem interessante e distante do que se vê geralmente nas salas de cinema.


Os amores e desamores, o cansaço, a rotina, os filhos, o avanço da idade e a coragem de procurar uma nova oportunidade de se ser feliz, deixando para trás o passado, são algumas das características desta recente comédia. Adicionando ainda um momento surrealista sobre a venda da alma e o conflito, muito próprio da sociedade, entre o acreditar/cepticismo, que remete à incerteza do ser humano. Esta película extravasa a ideia de criação de personagens-tipo, criando, à semelhança de “2 Dias em Paris”, pessoas únicas, mas com problemas subjacentes às relações modernas e choques culturais. Posso dizer que esta sequela me deixou satisfeitíssima e é dona de um humor peculiar. Humor esse que nos faz soltar gargalhadas, que não é politicamente correcto, tecendo críticas às práticas e estadistas americanos e franceses, que não tem medo de dizer palavrões por parecer menos erudito, que é inteligente e deleitoso q.b. para levar o público a querer ver mais e mais filmes assinados por Julie Delpy.

  • O melhor: O humor inteligente e pouco regular de Delpy, afastando-se das personagens-tipo e criando personagens singulares e cativantes com as quais mesmo assim conseguimos criar empatia. E ainda um cameo surpresa de um excelente actor.
  • O pior: A voz-off usada para explanar momentos de reflexões e morais, as quais resultariam melhor de um modo menos explícito recorrendo a imagens ou situações concretas conferindo assim ao espectador um papel mais activo.

Também podem ver esta crítica no site C7nema com o qual colaboro actualmente.

4 comments:

May the force be with you!

"Passion", de Brian de Palma

14:14:00 Unknown 0 Comments


Depois do post anterior, voltamos a falar de Brian de Palma, mas, desta vez, a propósito do seu novo filme "Passion". Este conta com Rachel McAdams ("The Notebook") e Noomi Rapace ("Prometheus") nos papéis principais e é um remake do filme francês "Crime D'amour". 

A sinopse conta-nos a história de uma mulher que, após ser traída pela patroa e mentora, se transforma numa perigosa assassina.

Pelo trailer percebemos que o filme é um thriller, que envolve momentos de tensão e erotismo entre as personagens. Depois de "Sherlock Holmes 2", "Passion" passa a ser o segundo filme em que as duas actrizes contracenam juntas. 

0 comments:

May the force be with you!

Imagens do Remake de "Carrie"

11:13:00 Unknown 1 Comments


Depois de "Let me In", como já havia corrido rumores, Chlöe Grace Moretz vai protagonizar o remake de "Carrie", realizado por Brian de Palma.

 Esta readaptação do filme de 1976, baseado na obra de Stephen King, lançou algumas imagens de um dos momentos mais icónicos da história do cinema de terror: a Carrie com o vestido do prom coberto de sangue. No entanto, à primeira vista, em comparação com a original, não parece convencer muito, pelo menos a meu ver, não consegue igualar as expressões bizarras de Sissy Spacek. Mas julguem por vocês mesmos...embora esteja um pouco céptica, nunca se sabe, Chlöe  já deu provas do seu talento em "Kick Ass" e "Let me In". 

Também divulgada foi uma imagem de  Julianne Moore na pele de mãe psicótica e fanática religiosa de Carrie. Esta, na minha opinião, consegue convencer mais um bocadinho...


Fonte: EW e Cineblog.

1 comments:

May the force be with you!

Um mimo de férias: Miss Portman

09:15:00 Unknown 0 Comments


Como é verão, e sou uma gaja fixe, fica aqui um miminho para os admiradores da actriz Natalie Portman. E apesar de ser um spot publicitário, neste caso acaba por ter um quê de cinematográfico. Ora comprovem lá...Já agora, para aqueles que se estão a questionar quem é o rapaz do vídeo (Alden Ehrenreich), aconselho-vos a ver um excelente filme intitulado "Tetro", do Coppola, que conta também com a participação de Vincent Gallo

Spot:

Making of:

0 comments:

May the force be with you!

Morreu Tony Scott, o pai de "Top Gun"

07:05:00 Unknown 0 Comments

“It was just a different way of doing things, and I'm often criticized for attempting difference, which is misinterpreted as style over content.”
Morreu o realizador que nos brindou com uma das mais conhecidas obras cinematográficas de acção dos anos 80, Top Gun. Tony Scott, de 68, suicidou-se ontem, ao atirar-se de uma ponte abaixo, na Califórnia. 

O corpo do irmão de Ridley Scott foi retirado das águas perto do sul de Los Angeles. No veículo estacionado ao lado da ponte encontrava-se um bilhete que revelava as razões do cineasta para cometer aquele acto.

O realizador fez com que Tom Cruise se torna-se um dos actores mais afamados do cinema ao o destacar para protagonista do afamado filme "Top Gun". Tony Scott esteve ainda à frente de outros filmes do género acção como: "Domino", "Déjà Vu", "Man on fire" e "Unstoppable". E ainda algumas séries de sucesso como "Números".

0 comments:

May the force be with you!

As minhas 5 escolhas cinematográficas

06:24:00 Unknown 2 Comments

Esta semana o blogue que já bem conhecido por estas bandas, o My One Thousand Movies, faz quatro anos e vai comemorar com as escolhas de quatro bloggers. Dessas quatro, eu fui uma das convidadas e para a iniciativa escolhi 5 filmes, que serão apresentados durante esta semana. Por isso, convido todos os leitores do CINEMA'S CHALLENGE a visitar este blogue-amigo, do qual tenho a certeza que vão ficar fãs.

2 comments:

May the force be with you!

Cenas

10:25:00 Unknown 1 Comments

O filme não é grande coisa, mas tem um diálogo que acho especial piada, por isso partilho aqui convosco...


"When great love is rejected, Rosalee,
something inside a man dies. So all he can do is run away, where he can meet the girl he'll love second most. Unless ... Unless what? Unless you can get to him before he closes the book on you. But once it's closed, it's closed. lt's finished. lt's gone, dead. lt's crushed. lt's beaten. lt's buried. It is lost for all of time in a sea ... Angelica. OK. I owe you. Go." Win a Date with Tad Hamilton! (2004)

1 comments:

May the force be with you!

As melhores comédias românticas

03:03:00 Unknown 4 Comments

Quando a vida real já não surpreende muito, as comédias românticas são o melhor remédio. Por isso, para este domingo, fica aqui uma lista dos melhores filmes do género, de épocas diferentes, porque o romance é intemporal. Podem também deixar aqui as vossas sugestões. Espero que gostem das que se seguem.

“I'm like cat here, a no-name slob. We belong to nobody, and nobody belongs to us. We don't even belong to each other.” Breakfast at Tiffany’s (1961)

“Don't psychoanalyze me. I pay a doctor for that.”  Manhattan (1979)

“Mrs. Robinson, if you don't mind my saying so, this conversation is getting a little strange.”The Gaduate (1967)


“Have you ever let a romantic moment make you do something that you knew was stupid?”As Good as It Gets (1997)

“I don't deserve someone like you. But If I ever could, I swear I would love you for the rest of my life.” Groundhog Day (1993)

“All these weddings, all these years, all that blasted salmon and champagne and here I am on my own wedding day, and I'm... eh... em... eh... still thinking.” Four Weddings and a Funeral (1994)

“If you *really* wanted to screw me up, you should've gotten to me earlier.” High Fidelity (2000)


"What's the word that's burning in your heart?" Garden State (2004)

“The thing about romance is... people only get together right at the very end.” Love Actually (2003)

“I need to know that it's possible that two people can stay happy together forever.” Juno (2007)


"Sometimes I get so lonely I forget what day it is..." Lars and the Real Girl (2007)

4 comments:

May the force be with you!

CPO: "A Montanha Sagrada, de Alejandro Jodorowsky", por Alexandre Vale

03:58:00 Unknown 0 Comments

O convidado de hoje da rubrica "Cinema por outros" é o estudante de ciências da comunicação, Alexandre Vale. Este tem 22 anos e apresenta-se como um apaixonado por cinema. Confessa ainda que foi um amor que surgiu aos 16 anos, depois de ver Taxi Driver, aquele que viria a ser o seu filme favorito. Desde ai, o Cinema tornou-se tão importante para ele como oxigénio, explica. Actualmente, este escreve crítica cinematográfica para o ComUM (Jornal dos Alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho), sendo a sua principal forma de expressão. 

Desde já, agradeço a presença de Alexandre Vale no Cinema's Challenge. Segue-se o seu texto.


O que vos posso dizer sobre A Montanha Sagrada é que ver este filme foi a experiência mais parecida que eu tive com uma trip de LSD (e eu nunca toquei nisso). Não só é um filme que mexe muito com a nossa perceção e (quase) que provoca alucinações. É um filme que expande a mente. Quando acabei de o ver, fiquei dias e noites a fio a pensar e a refletir sobre o que assisti. Primeiro estranha-se (muito). Depois, entranha-se. Por fim, ilumina-nos. 

Diz-nos o trailer: “nada na sua educação ou experiência preparou-o para este filme”. E é verdade. Alejandro Jodorowsky é bem capaz de ter realizado o filme mais desconcertante, alucinante e transgressivo de sempre. Ao mesmo tempo, proporcionou uma das experiências cinematográficas mais transcendentais e um dos maiores desafios espirituais que os espetadores alguma vez encontraram. 

E que género de filme é este? Uma comédia? Um filme de terror? Um drama? Uma sátira? Um exercício de puro non-sense? Tudo dependerá da sua pessoa e a sua disposição para interpretar o que irá ver. Confesso que não é fácil de digerir a obra do realizador chileno. Esta anda a passo de caracol, com uma narrativa ilógica e desconexa. Há quem adormeça a meio. Há quem odeie e nunca mais queira-o ver à sua frente. Há quem ache que o que é retratado é demasiado violento e de mau gosto para ser apreciado. Mas os que são capazes de o ver até ao fim, são recompensados. 

É uma experiência única. Vale pelas imagens que tem. Grotescas, chocantes e repletas de simbolismo, agridem impiedosamente os nossos sentidos. São imagens que não têm medo de se lançar à iconoclastia. Troçam e tentam ir contra aquilo que nós pensamos acreditar, que pensamos saber e que pensamos ser. São imagens que conseguem sintetizar um grande poder satírico sobre temas relevantes, em intrínseca relação com a Humanidade: a História, a religião, as ideologias políticas, a arte, a música, a esoterismo, entre outros. Contudo, não é uma troça e um chocar gratuito. 

É uma experiência única. Vale pelas imagens que tem. Grotescas, chocantes e repletas de simbolismo, agridem impiedosamente os nossos sentidos. São imagens que não têm medo de se lançar à iconoclastia. 
Jodorowsky conhece muito bem o poder das imagens. Afirmou ele uma vez: “O que estou a tentar fazer quando eu uso símbolos é despoletar no teu inconsciente alguma reação. Eu estou muito ciente do que estou a usar, porque os símbolos podem ser muito perigosos. Quando usamos “linguagem normal” nós podemos defender a nós mesmos, porque a nossa sociedade é uma sociedade linguística, uma sociedade semântica. Mas quando tu começas a falar, não com palavras, mas só com imagens, as pessoas não se conseguem defender.” 

A Montanha Sagrada é um profundo questionar sobre a nossa realidade imaginada. Imaginada, porque a realidade na qual vivemos é uma imagem que nós criamos e que compomos. Imaginada, pelas nossas crenças, pelas nossas ideologias, pela nossa espiritualidade e pelo papel que escolhemos desempenhar no mundo em que vivemos. 

Recomendo vivamente a qualquer cinéfilo que se preze que veja A Montanha Sagrada. Não só é um filme que desafia (e ultrapassa) todos os cânones cinematográficos, como enriquece muito quem o vê. Todos os textos que se possam escrever sobre esta obra são esforços fúteis. A experiência que Jodorowsky nos proporciona só é devidamente captada pelos nossos olhos e pelo nosso espírito.

0 comments:

May the force be with you!

Crítica "Les Chansons d'Amours", de Christophe Honoré

14:15:00 Unknown 1 Comments


Les Chansons d'Amour merece ser apresentado com o título original em francês por tudo aquilo que representa. Este musical, assinado por Christophe Honoré,  fala da história de amor de uma personagem entre várias, que é dividida em três capítulos - a partida, a abstinência e o retorno.

Ismael e Julie são um casal que à partida parece não se distanciar muito dos casais normais. Mas pouco tempo depois do filme começar percebemos que existe mais um elemento, consentido por ambos - Alice. No entanto, o que torna a história fenomenal é o facto de não ficar confinada a um casal que começa a ter problemas por ter uma relação a três. Não, não mesmo, Les Chansons d'Amour vai muito mais além, estravaza qualquer pensamento sobre o que irá acontecer a seguir. Aborda de um modo descomprometido as frustrações das relações amorosas e as mudanças proporcionadas pela modernidade. Como tão bem Honoré nos habituou aos amores e desamores, também este filme nos mostra um pouco desse mundo, da descoberta do verdadeiro amor; que não escolhe idades (como em La Belle Persone) ou sexos.

Neste filme temos um Garrel diferente. Mais sentimental, ao mesmo tempo que incompreendido, mais humano e carinhoso. Mais próximo de um rapaz que poderíamos casualmente ter conhecido, que nos desperta uma empatia para com a sua personagem.

A dupla do realizador com Garrel funciona ás mil maravilhas. É já difícil pensar em um filme de Honoré sem o actor de The Dreamers. No entanto, as actrizes Ludivine Sagnier (Julie) e Clotilde Hesme (Alice) são fabulosas, com destaque para esta última, que foi inclusive nomeada pela sua performance em alguns festivais. E que, curiosamente, em Regular Lovers também divide o ecrã com Louis Garrel. Outra das caras  já conhecida de outros filmes do realizador é Grégoire Leprince-Ringuet (Erwann), que tem um papel algo trágico em "La Belle Persone" e já neste filme tem um papel algo peculiar. Bem mais próximo do da personagem de Garrel; é algo irónico este "reencontro".

Este é um filme pungente em alguns aspectos e como acontece em outras obras de Christophe Honoré também bastante sexual, mas, neste caso em particular, sem descurar de uma pitada de humor. Todavia esses mesmos episódios revelam-se essenciais para a personagem principal, de Garrel, conseguir descobrir qual é a sua verdadeira essência. Alcançando assim a tranquilidade e equilíbrio e com isso a verdadeira felicidade ao descobrir o que é realmente o amor.

É um romance dramático, que é também um musical, mas que não cai no ridículo. Tem letras maravilhosas e que conseguem passar a mensagem exacta para fazer o espectador compreender o porquê da próxima cena .

Ao ver este filme apenas pensei como é impossível não ficarmos fascinados pelo universo de Honoré, por este mundo cinzento (Paris), que rapidamente vai ganhando cor e nos é apresentado em cada um dos seus filmes. E Les Chansons d'Amour não foge a essa regra. É, talvez, de todos os seus filmes o menos frio e devastador, aquele que nos revela um pouco de esperança de encontrar e ficar com o nosso verdadeiro amor sem ter de abrir mão dele. É um filme que se declara e deixa cair a máscara para enfrentar a realidade de que o amor vai muito além do sexo, nasce dentro de nós e torna-se, por vezes, impossível de controlar.

1 comments:

May the force be with you!

Guess Extreme!

18:01:00 Unknown 4 Comments

(cliquem na imagem para aumentar de tamanho)
Esta semana tenho um "Guess" diferente para vocês. Desta vez lanço-vos um novo desafio que consiste em encontrar nesta imagem 100 títulos de filmes encriptados. Os primeiros 40 são fáceis, vá lá, quero ver se conseguem chegar perto sequer do número redondo. Fico há espera das vossas respostas.

4 comments:

May the force be with you!

Luta Contra o Aborrecimento #2: Séries

01:33:00 Unknown 2 Comments


A série que vos trago esta semana é também para mim uma estreia. Vi-a hoje pela primeira vez. O seu nome é "Louie" e para quem gosta de humor negro misturado com sátira a momentos do quotidiano então esta é a série certa para vocês. Acho que a melhor forma de a descrever será dizer que é uma mistura entre o humor presente em "Larry David" e "Seinfield". Mesmo não sendo grande fã desta última por ter episódios,  alternados com a história, de stand up comedy, já em "Louie", mesmo isso acontecendo conseguem ser menos indesejáveis e irritantes. Sim, é verdade, tenho uma certa espécie ao stand up comedy no geral e não há nada a fazer. É algo que realmente não aprecio.

 Mas continuando com a análise da série... Apesar de só ter assistido ainda ao primeiro episódio, e olhem que geralmente só me convenço por volta do terceiro, achei-a muito promissora. O humor é inteligente, o actor faz-me espelhar o meu potencial "eu" futuro ( tirando o facto de ser homem, ter duas filhas e ser ruivo), ou seja um fracassado, e todo o pessimismo por detrás dos episódios casuais que nos vai mostrando é soberbo. Em jeito de exemplo, deixo-vos esta quote:


«It's hard to really, like, look at somebody and go, "Hey, maybe something nice will happen." You just don't. I know too much about life to have any optimism, because I know even if it's nice, it's going to lead to shit. I know that if you smile at somebody and they smile back, you've just decided that something shitty is going to happen. You might have a nice couple of dates, but then she'll stop calling you back and that'll feel shitty. Or you'll date for a long time and then she'll have sex with one of your friends, or you will with one of hers, and that'll be shitty. Or you'll get married, and it won't work out and you'll get divorced and split your friends and money and that's horrible, or you'll meet the perfect person who you love infinitely, and you even argue well and you grow together and you have children, and then you get old together and then she's gonna die. That's the best-case scenario»

A sinopse desta sitcom passa por seguir a personagem Louie pelo seu dia a dia, enquanto este tenta encontrar novamente o amor, depois de se ter divorciado de um casamento de dez anos, de onde teve duas filhas.

Pode parecer um pouco ousado e até herege, mas há um je ne sais quoi de Woody Allen aqui metido no seu quê de aleatório e pessimismo hilariante. Por isso, acho que vale a pena darem uma vista de olhos em "Louie". Vejam desta perspectiva: ou se riem pela sua genialidade ou se riem por ser uma porcaria. Portanto, só têm a ganhar.


 Nota: Não vi o vídeo integral por causa do spoiler. Por isso, se tiver frames esquisitos não me responsabilizo.

2 comments:

May the force be with you!

Crítica "TED":o gajo do Boogie Nights, uma história cliché e um urso fixe

16:46:00 Unknown 1 Comments


Na América o humor é um género pouco digno, menos cuidado e que facilmente atinge níveis de javardice épicos. Já no Reino Unido a história é outra, temos filmes absolutamente divinas, com um humor incrível, assim como as famosas britcoms que fazem as delícias de miúdos e graúdos até os dias de hoje. 

Esta pequena introdução serve para vos mostrar como dificilmente um produtor made in USA consegue dinamizar o género comédia. Não é que não tentem, é mais porque é necessária uma certa classe para se chegar lá. E no filme que vos venho falar hoje até existe uma boa tentativa de chegar lá, mas rapidamente se perde quando se fecharmos os olhos temos, durante esse tempo, não um filme com um humor diferente, mas, sim, uma passagem da serie de Seth MacFarlane, Family Guy, para o grande ecrã. Não é que seja totalmente mau, aliás, o filme até brinca com essa evidencia, porém demonstra uma grande falta de criatividade por parte do seu criador. As vozes, as piadas e o registo da narrativa são exactamente iguais à da série. Sem tirar nem pôr, mesmo momentos de expor as piadas com passagens em que uma das personagens diz uma mentira e pensa no episódio real (que claro é o contrário do que afirmou) são exactamente as mesmas da série animada. Mesmo que tenham piada e consigam funcionar, de certa forma, acaba por ser quase um look-a-like entre "TED" e "Family Guy" do início ao fim do filme. Pode-se dizer que dá para entreter, e caso não conhecesse a série acharia mil vezes mais piada, podendo mesmo acreditar que estava perante uma nova forma de fazer humor. No entanto, a série existe, e as proximidades do filme com esta também: TED tem a voz do Peter, Mila Kunis faz a voz da Meg na série, mais MacFarlane que é o mesmo criador da série e filme.

Este é um dos momentos giros do filme, mas mais uma vez é-nos apresentado piadas sexuais muito próximas do que costumamos ver em Family Guy. Nomeadamente realizadas pela personagem Peter.
A história é gira, todavia é demasiado cliché. [SPOILER] O miúdo sozinho pede um desejo de ter um amigo para toda a vida, o desejo é concedido e aparece TED. Contudo, este um dia cresce e encontra o amor da sua vida, que faz pressão para este escolher entre TED e ela... O resto já devem imaginar como se desenvolve...

Quanto às prestações dos actores, Mark Wahlberg está bem como é de esperar e faz uma boa dupla com TED, Mila Kunis também consegue fazer o seu papel, mas de todos é talvez TED que brilha mais e tem mais piada dentro do elenco, o que é propositadamente provocado pelo misto entre sátira e momentos mais comovedores proporcionados pela personagem... Tem ainda mais uma cara conhecida, Joel McHale , de Community, que faz um papel próximo do que tem nesta série. O que não surpreende muito, diga-se.

Apesar de tudo, não desgostei do filme, mesmo não sendo nada de especial dentro do que já se conhece do género comédia, dá para passar um bom bocado e soltar umas gargalhadas. E o boneco que dá vida a TED é bastante engraçado, eu não me importava de ter um, confesso. Devo dar uma menção também à música contra-trovoada porque, vá lá, tenho de confessar, até tem a sua piada. 

1 comments:

May the force be with you!

"Anything Else", de Woddy Allen

22:27:00 Unknown 0 Comments

Por mais fraco que seja, por mais vezes que tenha visto um filme de Woody Allen (à excepção do "You will meet a tall dark stranger" que não suporto) é difícil não chegar ao fim dos créditos, escutar a música que os acompanha e pensar como este realizador consegue através de histórias dar verdadeiras lições de vida. Mostrar como pequenos percalços quotidianos podem originar bons filmes. Como a vida em si pode nos inspirar. É o caso deste filme "Anything Else", embora não seja nenhum grande filme, e tenha o Jason Biggs à frente do elenco, consegui deliciar-me. Tanto que apenas me passa pela cabeça que não posso ver mais nada hoje para não estragar esta bela sensação "woodyliana". Por isso, não vos deixo uma crítica hoje, mas, sim, estas poucas linhas que penso terem bem mais valor do que qualquer análise. Porque há coisas que simplesmente se sentem e não existem palavras suficientes para as descrever. E adivinhem só, uma delas é o cinema, principalmente o de Allen.



Esta quote que se segue, tive de a destacar aqui, é tão verdadeira e deve realmente ser levada a sério. Acreditem em mim, sei do que falo, já passei por umas quantas peripécias que me dão legitimidade para o dizer. Por isso, anotem e interiorizem:


David Dobel: As you go through life, Falk, there will be no shortage of people who will tell you how to live. They'll have all the answers for you, what you should do, what you shouldn't do. Don't argue with them. You know, say "Yes, that's a brilliant, brilliant idea," and then do what you want. And whenever you're right, strive for originality. But if you have to steal, steal from the best. Oh, oh, and if you take very good care of your styptic pencil and dry it after every shave, it will last longer than most relationships that you're in. 

0 comments:

May the force be with you!

O que nos faz gostar de Woody Allen?

06:37:00 Unknown 1 Comments

O que nos faz gostar de Woody Allen? Acho que a resposta para essa questão é que todos nós temos um pouco de Woody dentro de nós. Todos somos arrogantes, manientos e extremamente dramáticos. Todos achamos ter demasiados problemas e ser seres únicos e superiores em comparação com o resto da humanidade que nos rodeia e, sobretudo, todos achamos que dificilmente seremos os seres humanos convencionais que a sociedade tentou um dia criar em nós. Criticamos, dizemos a verdade enquanto seriamente "brincamos"; acho que são as alturas em que temos mais piadas, porque dificilmente alguém ri do palhaço que se ri de si mesmo, mas rapidamente se riem daquele que diz o que realmente pensa. Quantas vezes já vos aconteceu isto? Somos Woodys, somos Allens, perguntamos do que se estão a rir, quando apenas dizemos o que sentimos, quando apenas lançamos cá para fora os pensamentos mais neuróticos e desajustados que nos invadem a mente...Somos Woody Allens. Presunçosos e sinceros, sérios e cómicos, lúcidos e loucos.

Isto tudo para vos introduzir uns vídeos que vi para animar o meu domingo, porque já tive dias melhores. Não sou muito fã de stand up, aliás, não sou de todo, mas Woody Allen é Woody Allen e merece o destaque aqui no blogue, além de um interessante vídeo de "Anything Else" e um sobre a sua visão da vida, que curiosamente também é um pouco a minha, e há qual chamo de pessimista-realista, mas há quem lhe chame apenas pessimismo, vá-se lá saber porquê...




1 comments:

May the force be with you!

Crítica:"Jeff, Who Lives at Home"

19:25:00 Unknown 0 Comments



É difícil ver uma comédia dramática indie que não goste. Não sei bem explicar a razão, mas talvez seja pela maioria delas assentar em temas tão corriqueiros que nos fazem sentir compreendidos por alguém; mais não seja por quem escreveu o filme. O poder de reflexão deste tipo de películas consegue prender o pública e fazê-lo sentir familiarizado com o que visiona. É quase como uma ida ao psicólogo, só que neste caso é grátis e não precisamos de dizer grande coisa, apenas ver e sentir o que vislumbramos num ecrã.

"Jeff, Who Lives at Home" é mais um bom exemplo do que falei nas linhas acima. É um exercício de introspecção dividido em frames, que no seu conjunto contam uma história com um propósito moral: a ideia de que muitos de nós, mais dados ao pensar, temos constantemente de achar que a maioria das coisas acontece por uma razão, de que não estamos "aqui" só porque sim, de que há uma "missão", um objectivo reservado para a nossa existência. E Jeff (Jason Segel) é a personagem que nos mostra esta visão, visão essa que por muito esperançosa que seja acaba por ser uma espécie de entrave ao seu crescimento, ao seguir um rumo, ao ter "uma vida". O que leva também a um egocentrismo involuntário, pois, muitas vezes, o nosso papel não é esperar por algo que mude a nossa vida, mas, sim, ajudar os outros, o que de algum modo nos dá a conhecer um pouco mais de nós. Nos dá uma resposta para a nossa própria existência. Mas que não deixa de ter um lado também bom, se equilibrado, - o de ter o poder de acreditar e correr atrás do nosso destino. O engolir o orgulho e ver as coisas de um modo mais simplista, deixando de parte todo o sofrimento e complexidade a que nos sujeitamos só por medo, é também uma mensagem passada pela obra dos realizadores Jay Duplass e Mark Duplass. Às vezes, por muito que nos custe e pareça que não vá resultar, basta fazer a coisa certa, pois é a forma mais eficaz de solucionar um problema e reavermos a pessoa que amamos. É isto que o filme nos mostra. Perceber como a vida pode ser simples se tivermos coragem para fazer a coisa certa, antes que seja tarde demais.


Todavia, a película erra um pouco ao se dividir na vida de várias personagens, todas parentes, por acabar por não conseguir desenvolver o lado mais profundo de cada uma delas. O que leva a que apenas uma das histórias (que considero a menos interessante) tenha um desenvolvimento mais profundo, tirando um pouco o foco às restantes. No entanto, não erra por completo, pois no fim percebemos que todas se ligam, que há um propósito, mesmo que o caminho para chegar até lá não tenha sido muito bem desenhado. Sem grandes exageros ou deambulações, "Jeff, Who Lives at Home" acaba por seguir uma linha simples, mesmo que inclua três personagens centrais: Jeff, o seu irmão Pat (Ed Helms ) e a mãe de ambos, Sharon (Susan Sarandon).


A câmara pouco instável e típica do género indie (ou neoindie, que tem surgido nos últimos anos e tem caído na moda) parece também um pouco forçada. Sou bastante fã do género, como nunca escondi, mas neste filme percebemos que existe uma certa insistência, que desconcentra um pouco o espectador, em dar um toque um pouco próximo do documental da observação mais realista junto das personagens. 

Todavia, existem momentos bastante belos nas escolhas das imagens, algo mais fiel e puro ao que gostamos de sentir e ver - o que reforça o valor do filme. Por tudo isto, para aqueles que são fãs do género e gostaram de filmes como "Juno", "It´s a Kind of a Funny Story", "Our Idiot Brother" ou ainda "Win Win" recomendo vivamente a visualização deste filme.

0 comments:

May the force be with you!