«Um blogue tem que ser pessoal, original e caótico»

16:00:00 Unknown 12 Comments

J.B. Martins, autor do Cineblog, fala-nos do seu percurso na blogosfera e do papel actual do blogger de cinema



Embora, primordialmente, não tenha acreditado que o seu blogue de cinema durasse muito tempo, passado 8 anos o Cineblog é um dos espaços mais conhecidos no mundo digital. Após tanto tempo no meio, o blogger continua a encarar com grande felicidade a forma como os fãs apreciam o seu trabalho, tendo já recebido vários convites para projectos relacionados com cinema. Todavia, mesmo assim, continua a manter secreta a sua verdadeira identidade e a escrever sob o pseudónimo JB Martins.

O que o levou a querer criar um blogue sobre cinema em 2003?

Isso aconteceu porque na altura a maior parte do tempo que gastava a navegar na Internet era a pesquisar sobre cinema. Não passava muito tempo online (tinha uma ligação por cabo há pouco tempo, por isso não estava habituado a estar sempre ligado), mas quando lá ia consultava o Imdb, o Joblo, lia críticas, notícias, fazia download de wallpapers, entre outras coisas. E o facto de gostar de ver filmes desde pequeno e sentir uma necessidade de me manter informado sobre esse assunto também contribuiu para a criação do Cineblog. Resumindo, quando decidi fazer um blogue, teve que ser necessariamente sobre esse assunto, pois era o que me interessava mais na altura.

Com já 8 anos de existência, quais foram os momentos que mais o marcaram enquanto blogger?
Na nossa vida temos a sensação de que os dias duravam mais tempo quando éramos crianças. Era tudo mais intenso e cheio de emoções. Na minha vida como blogger acontece o mesmo. Lembro-me mais intensamente dos momentos iniciais em que os blogues eram uma novidade. Éramos uma pequena comunidade e conhecíamos-nos a todos. Tudo era uma novidade. Escrever para ser lido por desconhecidos era uma novidade. Ser comentado era uma novidade. Conhecer (mesmo que virtualmente) novas pessoas que partilhavam os mesmos gostos era uma novidade. Ficava muito contente quando as pessoas comentavam (ainda hoje fico, claro, mas na altura era mais ingénuo) e lembro-me do dia em que passei a barreira dos 100 visitantes diários. Na altura tinha muitas ideias para novas rubricas e o blog era um caos. Ainda estava a tentar encontrar uma identidade própria. Depois lembro-me de alguns projetos. Fundei com um amigo blogger a Academia de Blogs de Cinema (ou ABCine), e ainda chegámos a ter um número considerável de membros, entre blogues portugueses e brasileiros. Tínhamos um fórum de discussão e um site. Era uma coisa jeitosa. Até atribuímos uns prémios uma vez (chamavam-se Lumiére). Depois acabou. Lembro-me da simpatia e do apoio que sempre recebi dos Blogs do Sapo (e da Maria João Nogueira em especial), que por alguma razão gostaram de mim. Um dia até tive um projeto com eles para fazer um podcast que nunca se realizou.
De resto lembro-me de alguns momentos pontuais que me marcaram pela novidade: um dia fui convidado para ser júri de um festival de cinema aqui em Coimbra por causa do blogue (acabei por não ir); também já fui convidado pela SIC Mulher para ir ao "Mundo das Mulheres"falar sobre os Óscares (também não fui); lembro-me do primeiro passatempo de antestreias que fiz no blogue (era para o Taxi 4, um filme francês muito manhoso); lembro-me da casualidade que me levou a publicar o primeiro "Post dos Posters" (não me estava a apetecer falar sobre os filmes), uma rubrica que acabou por tornar-se das mais populares; fui (e ainda sou, acho eu) editor num portal cultural online (o Rascunho.net). Mais recentemente, gostei imenso de começar a Garagem de Kubrick com a Carla Rodrigues (uma desenhadora super talentosa que conheci graças ao blogue) e de a ver publicada mensalmente na Total Film. Ah, e marcou-me também o primeiro dia em que disse a alguém, que conhecia fisicamente, que era o dono do Cineblog e esse alguém ficou admirado porque visitava o blog há muitos anos e não sabia que era eu. É um reconhecimento interessante, confesso.

"O blogue é um hobbie e só assim é que tem piada. Quando começa a ser uma obrigação é porque algo deixou de fazer sentido."

Para os que estão neste 'nicho', é possível perceber que não é assim tão fácil ganhar o rótulo de blogue de referência, como se sente tendo um espaço que ainda hoje faz parte dessa lista?
Sinto-me muito feliz, claro. E espero não desapontar quem me continuar a visitar. No ano passado, por exemplo, por motivos profissionais, não dei a atenção devida ao blogue. Atualizava pouco, e quando atualizava era com fast food (trailers, posters) e não tanto com conteúdos realmente interessantes. Tenho pena quando essas fases acontecem, mas são inevitáveis. O blogue é um hobbie e só assim é que tem piada. Quando começa a ser uma obrigação é porque algo deixou de fazer sentido.

Tal como os super-heróis, também esconde a sua verdadeira identidade. Porquê? Algum dia a vai revelar?
Pelo menos não me perguntaste o que quer dizer o J.B. (que é a primeira coisa que fazem). Criei o blogue depois de ver na televisão um programa sobre blogues. Na altura não fazia a mínima do que era, porém fascinou-me a ideia de ter uma espécie de site pessoal completamente gratuito. No entanto, não me agradava a ideia de usar o meu nome verdadeiro e arranjei uma forma de o encriptar. Depois essa encriptação começou a ficar cada vez mais conhecida e acabou por ganhar uma vida própria. Não fazia sentido mudar. Depois, mais tarde, reparei que as pessoas começaram a perguntar-me pelo meu nome verdadeiro e achei piada a esse mistério, por isso nunca o revelei. Talvez um dia, quando fizer sentido, posso revela-lo. Até lá serei apenas o J.B.Martins.

Qual a sensação de ver tantos fãs do seu trabalho, quando começou algum dia achou isso possível?
Para ser sincero, quando criei o Cineblog nem achei que aguentasse o primeiro mês. É uma sensação óptima. É sinal que as pessoas gostam da minha forma de ver o cinema...É sempre bom.

Entre 2009 e 2011, pode-se falar numa espécie de boom de blogues de cinema, acha que isso é positivo? Quais as problemáticas que a seu ver,como autor de um blogue há tantos anos, surgem deste fenómeno?
Não é uma coisa má porque a lei da blogosfera vai acabar por fazer uma seleção natural. A maior parte das pessoas chega à blogosfera com muitas espetativas a curto prazo. Querem ter muitas visitas e muitos comentários e tornar-se opinion makers do dia para a noite. Mas não é assim. Os primeiros tempos de um blogue são complicados e podem ser bastante desmotivadores. No início não há muitas visitas e os comentários são raros, mas se os conteúdos forem bons e marcarem a diferença, as visitas vão chegar. Agora, temos que ser humildes. Vejo muita intolerância por essa blogosfera fora. Temos que aceitar outras opiniões e não impor a nossa. Esse é um dos erros que tendem a cometer as pessoas que se iniciam nos blogues. Vêem neles um espaço de promoção do ego. Um blogue não é nada disso. Um blogue é apenas um elo de uma comunidade maior. Nenhum blogue é uma ilha.

Como acha que é o tipo de serviço prestado hoje pelos blogues? Considera que se abandonou um pouco o papel crítico para se desempenhar um papel mais informativo à semelhança dos sites?
Da mesma forma que se diz que um dentista é um indivíduo que não conseguiu entrar para medicina, pode-se dizer que muitos daqueles que têm um blog é porque não conseguem ter um site. Dá para ver que os modelos de muitos blogues de cinema são os portais de informação e as grandes publicações de cinema e isso reflete-se nos conteúdos. É certo que acabam por ser informativos, contudo também é verdade que mais cedo ou mais tarde todos publicam a mesma notícia de uma forma muito parecida. Há aquela tendência de imitar a linguagem jornalística, com as frases muito bem compostinhas e informativas. Mas para mim essa não é a essência de um blogue. Um blogue tem que ser pessoal, original e caótico. Num blogue não interessa que tenha saído um determinado trailer. Interessa saber o que o autor acha de determinado trailer. As informações não são necessariamente o mais importante. Se eu me esquecer de dizer que a data de estreia é dia tal ou o realizador é determinado fulano, não é importante porque não é esse o conteúdo essencial do meu blogue (para isso temos o IMDb ou coisas parecidas). A meu ver, o conteúdo essencial de um blogue tem que ser algo pessoal e exclusivo, que não se pode encontrar em mais lado nenhum. Podem ser desenhos, fotografias, vídeos, ou simplesmente opiniões. Sem isso, um blogue não é um blogue.
Por outro lado, há uma coisa que ultimamente me tem feito alguma confusão nos blogues de cinema. Eu fui dos primeiros a oferecer convites para antestreias num blogue, por isso não posso ter nada contra isso. É um mimo para os leitores. Nada a apontar. Agora, quando entras num blogue de cinema e os primeiros 5 ou 6 posts que lês são a anunciar passatempos, ou a anunciar os vencedores dos passatempos, é porque as prioridades do blogue se alteraram. Está certo que isso traz muitas visitas e vale um gostos consideráveis na página do Facebook, mas… isso não é um blogue de cinema.

"As pessoas que se iniciam nos blogues (...) vêem neles um espaço de promoção do ego. Um blogue não é nada disso. Um blogue é apenas um elo de uma comunidade maior. Nenhum blogue é uma ilha."

Porquê a escolha de, mesmo diminuindo a actividade do blogue de há uns anos para cá, continuar a ser o seu único autor, em vez de, à semelhança de muitos outros espaços, ter mais do que uma pessoa a escrever?
Sempre considerei o Cineblog como o meu espaço pessoal de partilha. Não tenho uma obrigação organizacional de o manter. É apenas um blogue pessoal que por acaso só fala de cinema. Não se pede a ninguém que atualize o nosso diário quando nós não podemos. Não faz sentido. É verdade que há blogs coletivos que também são pessoais, mas a génese desses blogues teve em mente o coletivo. O meu não. Nasceu apenas como um espaço onde eu digo coisas.

Tendo em consideração que hoje o seu blogue é menos activo, como encara o facto de um dia poder vir a ter necessidade de o encerrar?
Se um dia deixar de fazer sentido para mim, deixarei de o atualizar. Agora não vou declarar a sua morte. Sei que talvez não seja o mais correto, mas é mais provável que o deixe de atualizar, simplesmente. Sem adeus, sem últimas palavras, sem o The End. Porque nunca se sabe se um dia não vou querer voltar. A maioria dos blogues que um dia segui e que acabaram, ainda estão online e o último post não deixava antever o fim. É apenas mais um post, que por acaso foi o último. Os autores deixaram de os atualizar por algum motivo, porém nunca se sabe se não voltam. É provável que isso aconteça com o Cineblog. Mas nada é definitivo.

Como blogger de cinema, penso que esta pergunta é fundamental: O que para si representa o cinema?
Desde que me conheço que gosto de ver filmes. Não sou crítico de cinema e a palavra cinéfilo causa-me alguma comichão. Sou apenas um gajo que gosta de ver filmes. Gosta que lhe contem histórias através de imagens. Gosta de fantasiar com mundos e personagens inalcançáveis. E é isso que representa o cinema para mim: um mundo de histórias onde gosto de mergulhar sempre que posso.

12 comentários:

  1. Interessante entrevista. Formidável verdadeiramente, devido à qualidade e elevação das respostas do JB Martins. Que tal como muita gente, sim, conheço-o há vários anos também (e ainda nem tinha blog sequer).

    Eles disse imensas coisas que caem em mim como "verdades maiores". A atitude dele na forma como encara um blogue é sem tirar nem por a minha visão e maneira. O que fui aprendendo como blogger... é como ele bem deixa explicito ao longo da entrevista, que destaco alguns pontos fundamentais:

    - "O blogue é um hobbie e só assim é que tem piada. Quando começa a ser uma obrigação é porque algo deixou de fazer sentido."
    - "Agora, temos que ser humildes. Vejo muita intolerância por essa blogosfera fora. Temos que aceitar outras opiniões e não impor a nossa. Esse é um dos erros que tendem a cometer as pessoas que se iniciam nos blogues. Vêem neles um espaço de promoção do ego. Um blogue não é nada disso."
    - "Um blogue tem que ser pessoal, original e caótico. Num blogue não interessa que tenha saído um determinado trailer. Interessa saber o que o autor acha de determinado trailer. As informações não são necessariamente o mais importante. Se eu me esquecer de dizer que a data de estreia é dia tal ou o realizador é determinado fulano, não é importante porque não é esse o conteúdo essencial do meu blogue (para isso temos o IMDb ou coisas parecidas).

    E continua a referir exactamente uma abordagem que coincide com a minha: por exemplo se sou convidado a ir a algum lado (nunca fui), também fiquei excitado no dia em que tive mais de 100 visitas e por aí fora. É impressionante.

    A entrevista esteve bem conduzida, com um grande ponto alto, ao saberes contornar com subtilieza esse mistério que é o nome verdadeiro do JB Martins. Fizeste-o falar com vontade de falar sobre isso.

    Houve também um só pequeno ponto baixo, que é um momento onde faltou a pergunta certa para onde o JB conduziu a resposta. Refiro-me ao caso de o ter a falar no facebook e dos likes e aí ter faltado uma pergunta (de encaixe) sobre o que ele achava a respeito dessa rede social perante o blog e como ele encarou essa realidade. Só faltou isso e senti-o porque a pergunta seguinte sugere-se abrupta ao colocar a questão do autor único (tal como eu sempre defendi para o meu espaço). Fora este momento (que ninguém notará, no problem! e desculpa esta mania de dizer muitas coisas), foi adorável e um momento muito positivo.

    É engraçado mas ele é um bom blogger e sabe reconhecer o que se vai esbarrando com ele. digo isto num momento de pouca humildade, ao referir esta curiosidade: ele chegou a fazer e publicar um post sobre uma das minhas cine-reviews e nem eu contava com isso sequer!

    Pontuação à Ecos:
    Well done!

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  2. Obrigada pelo feedback ArmPaulo :). Fico feliz por estas tuas palavras, quanto à dica, vou leva-la em conta, mas é difícil fazer algo perfeito com esta dimensão e em tão pouco tempo, mas o que talvez me tenha prejudicado é que a entrevista teve de ser feita à distância e, portanto, não há a interacção normal do mundo real, mesmo havendo sempre um pouco de corte e coze e edição das respostas, gosto de manter a essência e ideia do entrevistado. Mas mais uma vez agradeço o teu comentário porque é muito importante para nós bloggers (como sabes e deves sentir) algum reconhecimento e feedback, que infelizmente hoje em dia acontece apenas mais no fb e grupos..

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  3. Um excelente trabalho da Andreia e excelentes respostas do JB. É um Artigo histórico e com A grande. Vou partilhar às 14h.

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  4. Andreia, uma entrevista muito interessante! Parabéns. Para ti e para o J.B. .
    Bem, em relação à entrevista, eu também mantenho um espaço colectivo mas nunca com a ideia do colectivo. Postamos quando queremos, não seguimos nenhuma fórmula. Está lá, e escrevemos quando nos apetece. De certa forma, promove a nossa amizade e é um espaço só nosso.
    Em relação ao que o JB diz, tenho de concordar em grande parte. Quando tinha o meu primeiro blog, criava lixo a mais, queria comentários, etc. . Agora, penso eu, amadureci. Vi que o blog é exactamente aquilo que quero: um espaço para me exprimir, sobre cinema, principalmente.


    Abraço
    Frank and Hall's Stuff

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  5. Parabéns pela entrevista e ao entrevistado, que com a sua experiência na blogosfera nos dá verdadeiras lições. Também concordo com muitas das coisas que o JB Martins, sobretudo no início da segunda resposta. Quando começamos um blogue é como o autor fosse uma criança (e não é mesmo?) que vai crescendo aos poucos. Também me recordo quando ultrapassei as 100 visitas (coisa que nunca tinha esperado), fico sempre contente quando alguém comenta (pelo menos é sinal que alguém lê o blogue) e quando me convidam para iniciativas promovidas por outros blogues. Tudo isto mostra o espírito de comunidade que a blogosfera portuguesa tem demonstrado.

    Continuem os dois com o bom trabalho :)

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  6. Lá está e corrijo-me: sendo uma entrevista à distância, o meu referido ponto baixo não se aplica neste caso. Tudo perfeito então!!!

    Fica a correcção.
    Well done total!

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  7. Obrigada a todos :)...Espero que gostem igualmente das próximas. E fico feliz que dêem estes feedbacks, tal como "o projeccionista" disse "fico sempre contente (é sinal que vêem o blogue)".

    Nuno, obrigada pela publicidade e também pelas palavras :)

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  8. Bela entrevista, e o entrevistado também ajudou. Sintetiza um pouco o que é ser blogger de cinema. Eu próprio tenho o meu projecto - http://pensarcinema.wordpress.com/ - E revejo-me em muitas coisas do que ele disse. Posso dizer que "trabalhei" com o homem por trás do Cineblog durante algum tempo, e que foi depois desse "trabalho" acabar que me decidi criar um blog. E é na última resposta desta entrevista que mais me revejo.

    Tal como ele, eu também "sou apenas um gajo que gosto de ver filmes", e quando falo de um filme, mais do que uma crítica de cinema, procuro falar para o leitor comum, enquanto os críticos de cinema falam para estudiosos de cinema, com termos e palavreados inacessíveis à maior parte. Quando comecei a ligar mais ao cinema e abria um jornal ou revista na secção de cinema, o que queria saber era se o filme era bom ou não, do que tratava, e se valia a pena. E a maior parte das vezes as críticas falam de tudo menos disso.

    Sei por experiência própria que manter um blog activo não é fácil. Quanto mais durante 8 anos.. Espero que continue durante muitos mais, continua a ser uma referência para todos nós. Parabéns ao J.B. e ao Cineblog pelo aniversário, mas acima de tudo pelo excelente trabalho que tem feito ao longo dos 8 anos.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Excelente ideia, a da entrevista a um dos bloggers mais incontornáveis, quando se fala da blogosfera cinéfila em Portugal. Li-a com muito prazer, parabéns pelo projecto. Ficam-nos quase como que "grandes máximas", das respostas do JBMartins.

    Roberto Simões
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  11. Gostei muito desta entrevista. Não são apenas banalidades e fala de algumas realidades que a mim também me fazem confusão como os passatempos, notícias iguais, etc, etc. O que acho que se percebe bem com esta entrevista é que um blog, quer queiramos quer não, é um espaço para o ego com todos os seus defeitos e virtudes. Se fosse mais um site jornalistico perdia as qualidades do seu autor e um blogue deve ser assim mesmo "pessoal, original e caótico".

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May the force be with you!