Crítica: "Taken 2"
«Taken 2» traz-nos uma história com a mesma lógica que a do primeiro filme, no entanto apresenta-nos um Liam Neeson bem mais impetuoso e previdente. Quase maníaco no que diz respeito a alguns aspectos sociais e controlador com a sua família, a sua personagem renasce nesta sequela com um foco mais intenso. E talvez seja esta concentração no actor e no seu comportamento que diminui o segundo filme. Pois, se o primeiro ganhou pela simplicidade e homogeneidade no que toca ao género prevalecente adoptado – o drama -, já o seu seguimento não tem essa sorte. «Taken 2» deambula entre o drama e uns gracejos pró-cómicos ao longo de todo o filme. Não deixando o público encarar a película com a mesma seriedade que o seu antecessor. Para não falar que o primeiro concentrava a sua importância na história e não nas personagens, o que já é o caso do novo. É compreensível que tenham tentado explorar com a sequela outros campos não examinados no primeiro, contudo é uma experiencia pouco feliz e forçada. Tentativa essa que anula o efeito provocado pelo primogénito “Taken”, que nos foi apresentado sem grandes expectativas e de cara lavada. O filme enterra-se um pouco também com a abordagem escolhida, muito semelhante à de outros filmes que tem sequela apenas para acumular dinheiro. Como é o caso de «Die Hard 2», ao colocar a personagem numa história muito semelhante à primeira.
No primeiro filme, Neeson dá vida a um agente da CIA reformado (Brian Mills) que atravessa a Europa para salvar a sua filha (Kim) raptada, em Paris, para ser vendida como prostituta. Mas no segundo, os papéis invertem-se e a filha é o único membro da família que não é sequestrado. Sendo que Brian e a sua ex-mulher Lenore o são. A jornada inicia-se quando o ex-agente da CIA convida Lenore, na esperança de a reconquistar, e a filha para irem ter com ele a Istambul. No país turco, voltam a ser confrontados com as prossecuções deixadas pelo infeliz acaso do passado e a partir daí a acção toma conta da história. Apesar de não ser um filme com grande profundidade, confesso que tem momentos que me deliciaram. Apesar de os efeitos frenéticos usados nas cenas de luta, misturados com a camara instável, acabaram por desconcentrar e mesmo, por vezes, atrofiar o público. Mas ganha em outros momentos. Afinal quem não gosta de ver um tipo a espancar uma data de criminosos do leste europeu e balas a voar por tudo o quanto é lado? Por isso, nesse aspecto tenho de concordar que Liam Neeson deu conta do recado e foi a escolha acertada. O segundo filme vale por ele.
Curiosamente foi o actor que pediu para fazer parte de “Taken”. Ao ler o argumento disse a Luc Besson que tinha de ser o protagonista, que seria capaz. E a verdade é que até foi. Mesmo que em «Taken 2» a mística da personagem séria de filme de acção se desvaneça um pouco, Neeson consegue trazer-lhe alguma classe.
Com a realização agora entregue a Olivier Megaton (Colombiana), «Taken 2» consegue entreter na categoria de filme de ação, com umas pitadas de crime e drama, mas fracassa terrivelmente no que toca à tentativa de impor cenas de humor com uma história banal e pouco sólida.
O melhor: A personagem de Liam Neeson nas cenas de luta.
O pior: A história dentro dos mesmos contornos que a do primeiro filme e a tentativa de momentos de humor.
Nota: 5
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