A tão merecida corrida ao Oscar...
Passada a cerimónia anual dos Oscares, prémios de cinema que hoje são mais um ritual do que propriamente sinónimo de qualidade das obras nomeadas, surgiu como polémica a nomeação, e consequente congratulação com a estatueta dourada, do ator Leonardo DiCaprio. Aos 41 anos, conta com uma extensa e diversificada filmografia (sem contar com os papéis em séries televisivas): começou com papéis menos convencionais, como em «What's Eating Gilbert Grape», passando por papéis de “menino bonito”, como em «Titanic», e fez nos últimos 15 anos papéis de grande relevância ao lado de excecionais cineastas, dos quais se destaca Martin Scorsese. No início dos anos 90, «This Boys Life» é o filme que dá o primeiro papel relevante a DiCaprio, dividindo a tela com Robert De Niro, no papel de pai abusivo. Na mesma década, «What's Eating Gilbert Grape», de Lasse Hallström, apresenta-nos um Leo ainda criança, mas com um talento incontestável, na pele de autista, ao lado de Johnny Depp. No final dos anos 90, «The Basketball Diaries» é o seu primeiro filme como adolescente; com um papel de extremos vemos o ator a passar de um jovem comum a um viciado em droga. «Romeo + Juliet», de Baz Luhrmann (com o qual mais tarde acaba por fazer também «The Great Gatsby»), é mais um registo diferente, embalado por nuances da obra original, mas modernizada de Shakespeare. 1997 é o ano que torna Leo conhecido mundialmente, embora não seja a sua melhor atuação, é uma das mais populares, ao lado de Kate Winslet, na película de James Cameron - que envelheceu mal com o passar do tempo aos olhos da crítica. Sem nunca parar, no ano seguinte, trabalhou com Woody Allen, num filme que poucos recordam, mas interessante, em «Celebrity». 2000 foi o ano de Danny Boyle dirigir o jovem ator em «The Beach»... Até que em 2002 DiCaprio trabalhou pela primeira vez, em «Gangs of New York», com o realizador, que viria a fazer mais tarde diversas vezes dupla («The Aviator», «The Departed», «Shutter Island» e «The Wolf of Wall Street»), Martin Scorsese. Mas o leque de realizadores de renome não ficou por aqui, Leonardo DiCaprio trabalhou também com outros aclamados cineastas: Steven Spielberg no divertido «Catch Me If You Can»; Edward Zwick no intenso «Blood Diamond»; em «Body of Lies» com Ridley Scott; com Sam Mendes no dramático «Revolutionary Road»; em «The Inception» com Christopher Nolan; com Clint Eastwood em «J. Edgar»; no papel de vilão em «Django» dirigido Quentin Tarantino; e por fim em «The Revenant» com Alejandro Iñárritu, que lhe deu o papel que finalmente o levou a alcançar o tão merecido prémio, o Oscar de Melhor Ator, mesmo que este não seja o seu melhor filme e/ou papel (para mim, foi em «The Aviator» ao dar corpo a Howard Hughes), é mesmo assim uma exímia performance física, onde o ator se transforma mais uma vez para nos impressionar!
Texto originalmente escrito para a Revista SPOT.
Texto originalmente escrito para a Revista SPOT.
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