Uma mão cheia de Emmys para "Modern Family"
Tal como para o cinema há a Gala dos Oscares, para a televisão há a gala de Emmys. Os filmes merecem um reconhecimento, tal como os seus actores; as séries merecem um reconhecimento, tal como o seu cast. O que têm em comum: um conjunto de géneros - desde a comédia ao drama, as mais comuns - e a actuação.
Com o desenvolvimento dos media, mais canais, torna-se sinónimo de mais conteúdos fictícios - é o caso das séries televisivas.O engenho do pioneiro Vladimir Zworykin e Philo Farnsworth, o pequeno ecrã, substitui cada vez mais, o que é facilitado com os novos LCD's e plasmas, a grande tela.
Sem mais delongas, depois desta quase analepse e balanço actual, é importante perceber que os Emmys marcam, cada vez mais, um importante lugar na nossa sociedade, nesta "sociedade dos ecrãs".
Ontem, a entrega dos prémios surpreendeu, mas não muito. Não houveram grandes afrontas. Embora não conheça todas as séries, pelo que leio, parecem ter merecido a galardoação. Em suma, "Modern Family" levou cinco Emmys para casa; era de esperar, todavia bem justo. Com um excelente elenco, desde os mais jovens aos mais velhos, com caras medianamente conhecidas do cinema, brindou-nos desde 2009 com um conjunto de peripécias bem contemporâneas e reais, talvez seja por isso que consiga captar tão bem o público, mesmo com o formato mockumentary que foge ao registo normal a que estamos habituados. A série levou a estatueta de melhor série do género de comédia, com a sátira ao dia-a-dia de, peço desculpa pela redundância, uma família moderna. O cast também teve a sua menção com as estatuetas para melhor actriz secundária para Julie Bowen e melhor actor secundário para Ty Burrel. Assim como a de melhor realização de comédia e melhor argumento do mesmo género. Pela equipa, o espanto foi geral.
Ainda nos programas de humor, os prémios de melhor actor foram entregues a Jim Parsons, de "The Big Bang Theory" e actriz Melissa McCarthy, de "Mike & Molly". E o programa "The Daily Show", do mais que famoso John Stewart, venceu os prémios de melhor programa de variedades, pela nona vez.
Passando da comédia para o drama, "Mad Man" arrecadou apenas uma estatueta ao contrário dos anos anteriores. Porém não houve desilusão, pois foi uma das mais cobiçadas: a de melhor drama. Batendo outras duas séries bastante populares - "Boardwalk Empire" e "Game of Thrones".
Ao contrário do que se esperava, este ano, não foi o protagonista de "Mad Men" que venceu o prémio de melhor actor drama, mas, sim, Kyle Chandler, protagonista na série "Friday Night Lights". A mesma acumulou ainda o prémio de melhor argumento na categoria de drama. No lado feminino, Julianna Margulies, da série "The Good Wife", levou para casa a estatueta de melhor actriz dramática.
Outras estatuetas foram dadas a séries menos populares aqui por terras lusas. Na categoria de minissérie ou filme para TV, "Downtown Abbey" alcançou os prémios referentes às categorias de melhor minissérie, melhor realização e melhor argumento. Já "Mildred Pierce" levou o Emmy de melhor actriz, para Kate Winslet, e actor, para Guy Pierce.
Voltando às series populares, Martin Scorsese recebeu o prémio de melhor realização de drama, pela série "Boardwalk Empire", que tem dado que falar.
A noite, no Nokia Theatre, em LA, teve a presença do actor, despedido de "Two and Half Man", Charlie Sheen, que confessou desejar tudo de bom para a série, série onde trabalhou durante vários anos. Este infelizmente será substituído por Ashton kutcher, conhecido por não ser grande actor, mas por se safar bem em papéis cómicos desde "That 70's Show", que foi a sua primeira aparição no mundo da representação.
Deixo a tristeza de algumas séries não virem os seus esforços a darem frutos. "Community", entre outras, ficou na 'gaveta' mais um ano, ou por ter um argumento pouco acessível, entre as referências cinematográficas e piadas geeks, ou por simplesmente já ter outros concorrentes ao mesmo género como "The Big Bang Teory", que se tornaram bem mais populares.
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