Entrevista a Rúben Alves, realizador do filme "A Gaiola Dourada"
Muito se tem falado do novo filme "A Gaiola Dourada" ("La cage dorée", título original), do realizador Rúben Alves. À primeira vista, existem boas razões, pelo menos pelo que visionámos no trailer, para acreditar que é possível fazer uma boa comédia "quase" portuguesa: desde o escárnio inerente a alguns tiques das duas nacionalidades presentes no filme - francesa e tuga - , ao leque de actores bastante diversificado, e já com provas de valor cinematográfico, até a uma agradável composição com ritmo e, ao que parece, com bons diálogos.
Neste sentido, para conhecer melhor a receita deste 'cozinhado' luso-francês, o Cinema's Challenge entrevistou o responsável por esta prometedora obra cinematográfica, Rúben Alves, e foi este o resultado...
O facto de ser lusodescendente influenciou a temática escolhida para o seu filme?
Claro que sim. Este filme foi feito para homenagear os meus pais e também para retratar os emigrantes portugueses, cujo modo de vida e valores ainda são bastante desconhecidos. Eu estou muito ligado às minhas raízes, ao país dos meus pais: Portugal! Mas o filme anda muito à volta da possibilidade de qualquer emigrante português voltar ao seu país de origem. E muita gente consegue identificar-se com isso.
Como surgiu a ideia para o filme, já que é também o seu argumentista?
Surgiu a partir do meu produtor que me conhece bem e incentivou-me a falar sobre a minha comunidade. É óbvio que tinha muita coisa para falar, mas com receio não escrevi nada sobre o assunto. Mas cheguei aos 30 anos e pensei que finalmente era o bom momento para falar sobre a minha comunidade com madureza.
Como realizador, esta é a sua primeira longa-metragem, porque decidiu apostar nesta experiência?
Porque é vital para mim contar histórias, seja de que forma for... Mas um filme fica para sempre! É uma boa forma de conseguir causar um grande impacto nas pessoas.
Porquê o título - a "Gaiola Dourada"?
Um dia, vi uma reportagem sobre uma porteira portuguesa que trabalhava aqui em Paris. A câmara seguia a senhora durante todo o dia de forma a documentar o quotidiano dela. A última pergunta da reportagem foi: “A senhora está aqui há 40 anos e a reforma está quase a chegar... vai voltar para Portugal?”. A senhora olha para a câmera e diz: “Claro que quero voltar para o meu país.” Depois pensa em silêncio e acrescenta: “Mas ao mesmo tempo, sinto-me tão bem na minha ‘Gaiola Dourada’ ”. Então, comecei a escrever...
O que podemos esperar do filme?
Que os 'portugueses de Portugal' conheçam melhor os seus emigrantes.
Adorei o filme e felicito o realizar por ter observado e transmitido uma mensagem realista da vida dos emigrantes e da cultura de alguns franceses.
ResponderEliminarDeverá ser candidato a prémios ou, se possível, a óscar.
Que lhe seja dado o devido valor.
PARABÉNS por este hino ao nosso país.
ResponderEliminarNo momento em que o desencanto e a desesperança que fazem com que muitos tenham que emigrar, a alegria que este filme erradia faz-nos bem à alma. Obrigada.
Para mim, emigrante portuguesa no Brasil, foi muito emocionante. Vi minha história muitas vezes nessa história.
ResponderEliminarCaro anónimo,
ResponderEliminaresta entrevista não foi feita hoje, nem este ano, daí atualmente o realizador ter essa idade. Obrigada e agradeço comentários mais pertinentes de futuro.
Bom dia , tenho um grande interesse em entrar em contato com o Produtor Ruben Alves além dp trabalho ser uma historia tao ou mais marcante que a Gaiola Dourada , consegue me ajudar ?
ResponderEliminarMeu contato mariarpmonteiro@gmail.com
Obrigada
Olá Mariana,
ResponderEliminarInfelizmente não a posso ajudar, uma vez que o contacto foi feito apenas por efeitos profissionais via distribuidora.
Obrigada e espero que continue a acompanhar o nosso blogue.