Crítica: "50/50"

09:46:00 Unknown 2 Comments


"50 /50" é a prova viva de que um tema já explorado pode ser de novo contado sem cair no lugar-comum e vazio de todos os temas clichés. É o filme que tão depressa nos faz rir como chorar; sem que isso signifique que é extremamente dramático, ao ponto de provocar enjoou-os, ou que explore até não poder mais as consequências de uma doença tão fatal como o cancro. A história é-nos contada de um modo leve, que nos faz quase sentir que estamos a levitar entre as piadas tão bem inseridas da personagem de Seth Rogen, a prestação brilhante e emocionante de Joseph Gordon-Levitt, assim como todo o argumento audaz de Will Reiser, com a mão de Jonathan Levine, que é definitivamente importante na condução do filme. 

O espírito indie a que o actor JGL tem estado associado nos últimos tempos, recordemos o seu canal HitRecords e o filme que o trouxe de novo para os olhos dos menos atentos "500 Dias de Verão", está lá. É talvez o que torna o filme delicioso, sem cair no erro de o associar demais ao género ou afirmar-se como um deles, tal como actualmente muitos filmes tendem a fazer para chegar aos públicos alternativos. 

O grupo de actores reunidos cumpre na perfeição o seu papel, as personagens conseguem ser completas, mesmo que não lhes seja dado um foco especial. Há personagens-tipo, que não caiem na banalidade. Há aquele que gosta, mas prefere o humor para encarar a realidade sem descurar dos amigos; há a personagem que vive sobre as regras para minimizar a possibilidade de perigo, mas ironicamente é dentro dele que este já se encontra; há a personagem "bitch" que se confunde com a carência e sensação que tudo pode fazer; há a personagem que quer ajudar e acaba por ser ajudada. E há, em background, o amor como tema. O equacionar do que afinal é isso? Se existe um conceito que defina como se deve ser para se gostar de alguém, quando na verdade tudo é relativo - uma acção basta.

Em suma, vale a pena ver. Não é a obra-prima apontada por muitos, que se acham opinion-makers, mas é um excelente filme no meio de tanta coisa que estreia pelas quais nem um euro valeria a pena dar. Tem ainda uma agradável soundtrack, finalizada com uma memorável música. Tem uma fotografia bem interessante, recorrendo a efeitos simples, porém bem empregues ao longo da narrativa, que nos conseguem fazer passar o estado de espírito das personagens - entre o medo, alegria, e mundo do "smile", conseguimos sentir e acompanhar como um deles o que vai acontecendo. E, friso, se querem dar umas boas gargalhadas, com um humor inteligente, este é o filme certo!


2 comentários:

  1. Tem bom aspecto, verdade seja dita, estou curioso para ver se será muito diferente do Funny People, que, no fundo, já era um sinal de grande amadurecimento do cinema de Apatow (e derivados).

    http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

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  2. Convenceste-me. Vou ver isto.
    Grazie

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May the force be with you!