Crítica a "Sweet and Lowdown": Sean Penn e uma guitarra

21:19:00 Unknown 2 Comments


A poucos dias de estreia de "To Rome with Love", hoje, assisti a "Sweet and Lowdown", também escrito e realizado por Woody Allen. O filme é de 99 e é protagonizado por Sean Penn, tendo ainda Samantha Morton, num papel mais ou menos destacado em relação ao restante cast, e Uma Thurman como nunca a vimos antes. 

A narrativa fala-nos de um guitarrista ficcional dos anos 30 chamado Emmet Ray. Este supostamente tem uma grande admiração por Django Reinhardt, que é considerado o melhor guitarrista do mundo, sendo Ray o segundo. Contudo, Emmet tem várias regras pelas quais rege a sua vida, sendo uma delas a de não se apaixonar ou ficar demasiado tempo com nenhuma mulher. Por isso, vai abandonando-as, fazendo isso inclusivamente a Hattie, uma rapariga muda com a qual viveu durante algum tempo. Todavia, quando encontra outra mulher e se casa, esta acaba por o deixar. Tudo isto vai levar a vários episódios, alguns deles que incluem gangsters, traições e a conclusão de que no fim de contas sempre esteve apaixonado pela mulher que desprezou: Hattie.

Apesar desta obra de Allen não ser nada de especial, a meu ver, o realizador continua a conseguir brindar-nos com histórias que têm sempre o seu quê de moralista e fascinante. Moralistas porque transmitem uma mensagem, que neste filme passa por aquele que quer tudo e no fim acaba por não ter nada. Assim como a ideia de que quando abrirmos o coração, as outras paixões também são aprimoradas, e tudo se torna melhor.

"Sweet and Lowdown" é assim um filme que tinha todas as potencialidades para ser bem mais atractivo, no entanto acaba por aborrecer um pouco à medida por ser demasiado previsível e centrado na personagem de Sean Penn, que pouco tem para dar. Além de ser caricata e espelhar um pouco aquilo que todos sentimos às vezes - a necessidade de ser livre -, não passa muito disso e repete até a exaustão a mesma ideia.

2 comentários:

  1. acho que não vimos o mesmo filme, quanto a mim "Sweet and Lowdown" (1999) é dos melhores filmes de Woody Allen. E Sean Penn está excelente a metamorfosear o Django Reinhardt e claro que a Samantha Morton também está muito bem. Vi em estreia e já o revi depois e não tenho dúvidas em afirmar que este é o último grande filme de Allen, depois deste ele só repete uma formula de comédia pequeno-burguesa urbana e ultimamente dedica-se ao cineturismo. Mas eu gosto sempre de ver os filmes do Woody, há sempre alguma coisa que me agrada.

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  2. Claro, são pontos de vista diferentes do mesmo filme. Já vi quase na totalidade a filmografia do Woody Allen e de tantos, não que seja um mau filme ou coisa que se lhe pareça, tal como explico na crítica, mas não o acho "genial". Principalmente da forma que a história é executada, porque o argumento é bastante interessante, mas a meu ver acaba por "embalar" muito e não me satisfazer como outros filmes dele. Concordo com o facto de Allen se dar um bocado actualmente ao "cineturismo" como apontas, mas de qualquer das formas, para quem se propõe a fazer um filme por ano, continua a manter uma qualidade constante que muitos cineastas sonham ter. E não me causa confusão nenhuma ver estas obras um bocado, talvez, "mais preguiçosas"...Todavia, admito que tenho falta dos tempos mais remotos de Allen, mesmo naqueles em que pegava só no drama e arriscava um bocadinho mais...Quanto a filmes preferidos do realizador, numa filmografia que enche muitas mãos, são muitos e diferentes em género. Mas Sweet and Lowdon pessoalmente continua a não ser um dos escolhidos; Já Manhattan, Crimes and Misdemeanors, Radio Days, The Purple Rose of Cairo,Sleeper, Whatever works, Midnigh in Paris, etc, são filmes que me marcaram completamente...

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