‎CRÍTICA:‬ «Brooklyn» (2015), de John Crowley

21:04:00 Unknown 0 Comments


Do mesmo realizador de «Boy A», é-nos apresentada uma história que tem algo de intemporal (por atualmente serem muitos os que deixam o seu país em busca de um emprego e qualidade de vida): a migração e a escolha que temos de fazer por uma nova "casa", essa que passa por finalmente deixarmos partir a saudade mascarada de perfeição que temos do local que abandonamos em busca de uma vida melhor. «Brooklyn» tem essa artimanha como a fórmula para puxar pelo coração dos espectadores e mostrar que tem valor, no entanto não tem a frieza e intensidade suficiente para convencer como grande filme, pelo menos na qualidade de obra nomeada para a categoria de Melhor Filme nos Oscares. Temos uma Saoirse Ronan irrepreensível no papel que veste, sendo a mesma irlandesa a dificuldade em interpretar a jovem dividida entre dois países torna-se menos árdua, o que nos leva a sentir que foi uma boa escolha de casting, contudo a parte boa multidimensional a uma certa altura acaba por ser confundida por algo mais básico, como se fosse uma menina iludida que em vez de escolher o seu próprio destino se deixa à revelia do que acontece aceitando-o apenas; essa é talvez uma imagem real do que acontece por comodidade e falta de resiliência, mas não a mensagem que gostaríamos de retirar do filme. Domhnall Gleeson aparece por breves momentos, mas não deixa de captar as nossas atenções, o que é muito bom sendo que este ano entrou em pelo menos 3 grandes produções - «The Revenant», «Star Wars», «Ex Machina».


A nível de fotografia, o filme também está bem trabalhado, notando-se a escolha meticulosa de cores para invadir os cenários com as emoções adequadas. Ora do sonho americano numa praia com tons de céu, ora numa Irlanda deixada para trás com tons mais escuros e deprimentes; ou vice-versa consoante muda a visão da protagonista.

Porém, o clímax nunca chega a ser verdadeiramente sentido, ficando-se «Brooklyn» por ser uma história bonitinha, daquelas que já foram dezenas de vezes contadas na história do cinema e que continuarão a ser.

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