Crítica: "The Kids Are All Right"
(Antes de começar a ler a crítica agradecia que carregasse no primeiro vídeo, este é um novo exercício aplicado à crítica e no fim gostava que deixasse a sua opinião sobre o que achou, obrigada!)
É verdade, neste filme as crianças estavam bem, o problema era mesmo os adultos. “The Kid are all right” é um brilhante filme que pode ser interpretado de diversas formas. A realidade é que nos traz um pouco daquilo pelo qual já todos passamos ou iremos passar um dia: a incerteza, a frustração, a mentira, a vontade de quebrar regras e desafiar aquilo que tomamos por certo, por conformismo ou bem-estar para alguns. Este filme fala-nos acima de tudo de relações; quer homossexuais, quer heterossexuais a mensagem funciona da mesma forma. O cerne da história passa pela problemática estabelecida em torno do que as pessoas entendem por felicidade, uma boa relação, mas acima de tudo por estar tudo bem. “All right”, “all right”, “Everything is allright” ouvimos ironicamente inúmeras vezes ao longo da película. Por mais filosofias que se apliquem, a realidade é que muitas vezes nem tudo está bem. Ou se calhar está, e só percebemos isso depois de estragar tudo. Quando já não temos ‘isso’. Às vezes, é necessária a tal entropia para que as coisas voltem ao normal, um normal que entendemos como "estar bem". E é essa a mensagem que este “The Kids Are All Right” nos passa.
É um filme bastante leve, que não dramatiza exageradamente a realidade, que nos traz um rol de personagens bastante peculiares. Annette Bening está sublime no seu papel, pode o papel de lésbica “alfa”, digamos, parecer algo fácil de fazer, mas a verdade é que a actriz nos convence completamente sem ser, no entanto, algo forçado ou demasiado bruto. Julianne Mooree Mark Ruffalo mais uma vez actuam lado a lado - tal como em "Blindness", envolvendo-se, ironicamente, também -, desempenhando personagens bastante sintonizadas e maduras, encaixando-se magnificamente nos papéis. Mia Wasikowska e Josh Hutcherson são um caso mais particular. Mia, embora a tenha achado em anteriores papeis como em "Alice" bastante apática e sem sal, neste “The Kids Are All Right” funciona bastante bem, dá o toque que é preciso à sua personagem. Já Josh ainda não me deixou com muitas certezas, também acaba por ter pouco relevo em toda a história, não se distanciando, no entanto, muito do desempenho dos restantes actores.
Apesar de não considerar um dos melhores filmes do ano, esta obra de Lisa Cholodenko acaba por ser deliciosa, por ser uma lufada de ar fresco aos filmes digamos “pesados” que ultimamente têm tido mais visibilidade na cerimónia da passadeira vermelha. Na minha opinião o Óscar caia-lhe bem, mesmo que o tenha de tirar aos grandes que começo a não considerar assim tão grandes pelo andar das nomeações.
As várias músicas, que acompanham o filme do inicio ao fim, além das imagens fabulosas, são também um dos prós desta película. Talvez seja por não ter criado grandes expectativas em relação ao filme, mas que me caiu bem, caiu.
À partida sentem-se algumas pontas soltas no seu desfecho, no entanto todos acabam por perceber o seu caminho. O da personagem de Julianne Moore, Jules, acaba por ser o que decide todo o rumo da narrativa. Sendo que a personagem de Mark Ruffalo, Paul, consequentemente acaba por também compreender que nem tudo acontece por uma razão e que é preciso esforço para ter algo como uma família. Annette Bening compreende que a perfeição é algo que não existe, e ela e a sua relação também não são sinónimo desta, e o perdão é algo possível. E, por fim, depois desta barafunda toda que começou com a vontade de um filho conhecer o seu pai, a história acaba com a sensação de que este não é assim tão essencial e que os miúdos realmente estão bem.
Ainda não vi este... talvez venha a ver já que a ruiva nunca me desiludiu em filme nenhum :)
ResponderEliminarGosto muito da Julianne Moore!
Ainda bem que a crítica tinha pouco spoiler então. Eu recomendo-o vivamente :). E por acaso o papel da Julianne Moore está bastante engraçado;)
ResponderEliminarSim, a Julliane Moore está fantástica :)
ResponderEliminarNão deixei de ficar com pena da personagem do mark Ruffalo.
Foi um bom filme.
Ahe por mim podes continuar a acompanhar os textos com música ;)
ResponderEliminarLoot: Obrigada, queria mesmo que me dessem o feedback. Achei este exercício interessante e se acharem o mesmo daqui para a frente vou sempre faze-lo x)
ResponderEliminarAh relativamente a personagem dele também tive um bocadinho de pena, mas a realidade é que ele foi estragar aquilo tudo por assim dizer, porque é muito fácil do nada chegar-se lá e dizer é assim assim e assim, mas 18 anos a aturar putos deve ser dose :p!
lol eu sei, mas ele é ingénuo e não cruel.
ResponderEliminarFez asneira e da grande pronto, mas quero acreditar que a filha ainda lhe volta a falar :)
Eu ainda não vi tmb. Tenho tanto filme para ver, que não deve dar...
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