«No documentário existe um diálogo mais forte e espontâneo»

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A propósito do Doc's Kingdom - Seminário Internacional sobre Cinema Documental, falamos com a realizadora portuguesa, Catarina Mourão, e ficamos a saber um pouco mais sobre o seu novo filme:  «A Toca do Lobo».

1. Sendo licenciada na área de Direito, como surgiu a vontade de estudar Cinema e mais tarde realizar filmes?
Sempre gostei de cinema e, por isso, estuda-lo foi uma decisão natural. Já a licenciatura em direito é que foi um erro de casting.

2. Qual o balanço que faz da sua carreira, tendo em conta que já deu vida a muitas outras obras como «Fora de Água» e «Pelas Sombras»?
Neste momento não consigo fazer nenhum balanço. Há sempre uma sensação de começar do zero de cada vez que se faz um novo filme, mesmo que saibamos que existe um percurso e uma história para trás.

3. Como surgiu a ideia de filmar «A Toca do Lobo»?
Surgiu de uma conversa que tive com a minha mãe em que ela me revelou que reencontrou o seu pai numa sessão de hipnose.

Fotograma do documentário «A Toca do Lobo»
4. Quanto tempo durou a rodagem do filme?
Cerca de dois anos, com intervalos para a montagem.

5. Em que medida considera importante o cinema documental? Considera-o um motor de reflexão e debate?
O cinema seja ele mais ficcionado ou mais documental é sempre um motor para debate e reflexão. Acontece que no documentário existe um diálogo mais forte e espontâneo entre o autor e a realidade que o rodeia. Nesse sentido a sua linguagem é mais porosa e sujeita a contaminações, logo mais problematizante.

6. Terminado este filme, já tem ideias para o próximo projeto? Há a possibilidade de apostar na ficção para uma longa-metragem?
Neste momento tenho de acabar o doutoramento, e depois, sim, posso pensar num projecto mais ficcional.