Crítica: Batman V Superman: Dawn of Justice
Batman v Superman: Dawn of Justice é o filme que todos-queremos-não-ser e que provavelmente fez o Joel Schumacher se sentir um bocadinho menos mal com os seus filmes sobre o cavaleiro das trevas. Diga-se que além das incontáveis plot holes, deixas ridículas, interacções entre as personagens ainda piores sem qualquer tipo de cumplicidade, assistimos a cenas introduzidas de forma forçada que remetem a outros super-heróis de modo a "gritar" aos ouvidos do público que o universo DC será estendido a outros super como Flash (que além de viajar no tempo agora também dá uma de Freddie Kruger), Aquaman e o Cyborgue. Aquele momento em que é aberto o ficheiro com os logos dos super é completamente non-sense, porque razão o Lex Luther teria pastas com logos (em alguns casos inexistentes por os super se esconderem sem fato como se assiste nos vídeos) num computador?!...Mais, porque é que tão depressa o Batman está determinado em matar o Superman e só por ouvir o nome da "mãe" (que é o mesmo da mãe dos dois heróis) passa a ser "amigo forever", isto em segundos passa do 8 para o 80, e vai salvar a mãe do Clark que até ao momento o mesmo herói não fazia ideia onde estava mas por outro lado faz sempre ideia onde está a Lois Lane...Contudo, tudo piora. Ou não fosse a personagem de Lex Luther totalmente colada ao Joker do Heath Ledger, é impossível não pensar nele devido ao caos que a personagem provoca, à loucura, mesmo devido à indumentária e cabelo, com um temperamento louco e sem razão aparente, a culpa certamente não é do ator Jesse Eisenberg que fez bem a sua função, mas sim da falta de originalidade e desenvolvimento proposta para a personagem.
O climax no filme não chega a existir em momento nenhum. A cena final que deveria deixar o público perplexo é apenas desanimadora, no sentido em que é demasiado fácil matar o Super-Homem. Tanto que parece brincadeira de criança, uma espécie de ejaculação precoce em filme. Afinal o "Homem de Aço" não é assim tão resistente e mesmo que a "Morte de Superman" seja um ponto clássico das bd's, isso não impede que o confronto fosse mais bombástico e repleto de tensão para exacerbar as emoções do público-fã. E o romance entre a Lois e Clark é enjoativo, não existe química alguma entre os dois atores e/ou personagens. Dá vontade de "desviar o olhar" ou ir depressa à casa de banho para evitar ver aquele momento lamechas, novelesco. Até o vilão, o Doomsday é visualmente pouco credível, uma mistura entre uma tartaruga ninja do Michael Bay (sim, as piores!) e o troll do Senhor dos Anéis (mas sem o pormenor da genitalía pendular), com poucos momentos de verdadeira ação pelo menos de contra-ataque por parte do início daquilo que será a Liga da Justiça. Praticamente a Wonder Woman apenas se defendeu - um aparte, o cast estaria bem para Catwoman devido à sensualidade da atriz, agora para Wonder Woman pareceu-me altamente descolada fisicamente sobretudo (afinal ela é uma amazona e não uma manequim!) daquilo que a personagem é e transmite no mundo dos quadradinhos, embora tenha algumas similaridades com a da série animada "Superman/Batman: Apocalypse" penso que isso não chegará para um filme a solo de sucesso ou pelo menos para ser relembrada mais tarde -, o Superman apenas foi dar a tentativa final de golpe altamente suicida sem nenhuma grande luta à priori que fizesse aquecer o coração do espectador e, pior de tudo, o Batman deu uma de cobarde em várias cenas do filme em que se afasta ou recua mostrando "receio" algo que é pouco característico, senão mesmo nada, desta personagem que é altamente calculista e estratega. E, para último, mas não menos importante, é a pior escolha de cast de sempre para Alfred. Qual foi a ideia? A sério...Parecia que víamos uma espécie de Gordon, em vez do fiel mordomo que criou Bruce.
Zack Snyder conseguiu uma vez mais afundar um filme com os seus exageros. Quer visuais que remontam a um Gotham e Metropolis mais cartonesco, quer narrativas que saltam pontos cruciais da história aos quadradinhos e pega noutros que não têm ligação aparente pelo menos para quem não segue em papel a história. Isto é um erro crasso, que felizmente a Marvel-Disney não cometeu na sua extensão e união de universos que resultou tão bem, que chega a ser próximo de perfeito por ter a capacidade de juntar tantas personagens e mesmo assim conseguir dar tempo de antena a cada uma delas sem obrigar o público a engolir tudo num só gole.
Batman v Superman: Dawn of Justice é aborrecido. Faz-nos bater palmas quando finalmente o Super-Homem morre de tão entediante que é, faz-nos desejar que a Lois seja levada também para debaixo de sete palmos de terra e faz-nos rir pelos momentos ridículos que consegue atingir sem nenhum tipo de genialidade directiva ou performativa.
Epa, não posso dizer que concordo porque ainda não vi... gostei do texto! Mas fiquei com "medo" de o ver... :)
ResponderEliminarProvavelmente por esta altura já viste o filme, assim que vires este comentário depois deixa aqui o teu feedback relativamente ao que achaste. Seria interessante. Obrigada pelo comentário e elogio! :)
ResponderEliminar