Crítica "TED":o gajo do Boogie Nights, uma história cliché e um urso fixe
Na América o humor é um género pouco digno, menos cuidado e que facilmente atinge níveis de javardice épicos. Já no Reino Unido a história é outra, temos filmes absolutamente divinas, com um humor incrível, assim como as famosas britcoms que fazem as delícias de miúdos e graúdos até os dias de hoje.
Esta pequena introdução serve para vos mostrar como dificilmente um produtor made in USA consegue dinamizar o género comédia. Não é que não tentem, é mais porque é necessária uma certa classe para se chegar lá. E no filme que vos venho falar hoje até existe uma boa tentativa de chegar lá, mas rapidamente se perde quando se fecharmos os olhos temos, durante esse tempo, não um filme com um humor diferente, mas, sim, uma passagem da serie de Seth MacFarlane, Family Guy, para o grande ecrã. Não é que seja totalmente mau, aliás, o filme até brinca com essa evidencia, porém demonstra uma grande falta de criatividade por parte do seu criador. As vozes, as piadas e o registo da narrativa são exactamente iguais à da série. Sem tirar nem pôr, mesmo momentos de expor as piadas com passagens em que uma das personagens diz uma mentira e pensa no episódio real (que claro é o contrário do que afirmou) são exactamente as mesmas da série animada. Mesmo que tenham piada e consigam funcionar, de certa forma, acaba por ser quase um look-a-like entre "TED" e "Family Guy" do início ao fim do filme. Pode-se dizer que dá para entreter, e caso não conhecesse a série acharia mil vezes mais piada, podendo mesmo acreditar que estava perante uma nova forma de fazer humor. No entanto, a série existe, e as proximidades do filme com esta também: TED tem a voz do Peter, Mila Kunis faz a voz da Meg na série, mais MacFarlane que é o mesmo criador da série e filme.
Este é um dos momentos giros do filme, mas mais uma vez é-nos apresentado piadas sexuais muito próximas do que costumamos ver em Family Guy. Nomeadamente realizadas pela personagem Peter.
A história é gira, todavia é demasiado cliché. [SPOILER] O miúdo sozinho pede um desejo de ter um amigo para toda a vida, o desejo é concedido e aparece TED. Contudo, este um dia cresce e encontra o amor da sua vida, que faz pressão para este escolher entre TED e ela... O resto já devem imaginar como se desenvolve...
Quanto às prestações dos actores, Mark Wahlberg está bem como é de esperar e faz uma boa dupla com TED, Mila Kunis também consegue fazer o seu papel, mas de todos é talvez TED que brilha mais e tem mais piada dentro do elenco, o que é propositadamente provocado pelo misto entre sátira e momentos mais comovedores proporcionados pela personagem... Tem ainda mais uma cara conhecida, Joel McHale , de Community, que faz um papel próximo do que tem nesta série. O que não surpreende muito, diga-se.
Apesar de tudo, não desgostei do filme, mesmo não sendo nada de especial dentro do que já se conhece do género comédia, dá para passar um bom bocado e soltar umas gargalhadas. E o boneco que dá vida a TED é bastante engraçado, eu não me importava de ter um, confesso. Devo dar uma menção também à música contra-trovoada porque, vá lá, tenho de confessar, até tem a sua piada.
Olá Andreia,
ResponderEliminarA sua crítica é relativamente idêntica à minha. A série nunca assisti, por isso não posso fazer comparações entre ambos.
No meu blogue costumo falar sobre literatura, musica e cinema.
aGUARDO UMA VISITA SUA :-)
http://silenciosquefalam.blogspot.pt