Estudo de Caso - Blogosfera de Cinema

14:22:00 Unknown 3 Comments

Ao longo deste ano, de modo a registar a existência, em particular, da blogosfera de cinema, decidi como tema de um estudo cientifico estudar o caso do papel dos blogues nacionais como meios de divulgação do cinema. Neste sentido, através do auxílio de um grande número de blogues, dos quais seleccionei alguns para incluir directamente neste trabalho, assim como a ajuda de vários órgãos do mundo do cinema - realizadores, distribuidoras de cinema, directores de festivais de cinema, jornalistas, etc - consegui executar este estudo de caso. Os dados foram reveladores por um lado, mas por outro vieram a confirmar muitas das minhas ideias primordiais. Como acho que este é um trabalho escrito não apenas para mim, mas para a blogosfera em geral, marcando assim a passagem de uma era, que provavelmente nunca mais voltará a repetir-se, deixarei, aqui, ao longo de várias semanas, extractos desse mesmo estudo cientifico, esperando da vossa parte um feedback. Espero que tenham em conta que foi feito em pouco tempo, relacionado com os velhos media e não isoladamente, portanto espero que sejam brandos nos julgamentos e apreciem este contributo que aqui partilho.

Obrigada a todos!Espero que gostem desta perspectiva histórica-cientifica do nosso mundo, que é a cineblogosfera. Fica aqui a primeira parte, a contextualização, do estudo. Para a semana sairá uma nova...


2.1.A relação entre os velhos e os novos media
Numa sociedade onde a informação e o conhecimento podem ser encontradas em vários formatos – desde o tradicional em papel ao digital -, os leitores têm cada vez mais alternativas na hora de escolher “o que” e “onde” ler algo. “O computador modificou o processo informativo, tanto na sua faceta criativa como na de consumo” (Palomo, 2004:56). Neste sentido, tornou-se inevitável uma certa tensão entre os velhos media – imprensa escrita, rádio e televisão – e os novos media ou media sociais – como os blogues, redes socias, etc. Mas de todos os antigos media, é no jornalismo impresso que se sente mais essa inquietação, proporcionada pela expansão do digital nas redacções, mais forte nos últimos anos devido às inovações tecnológicas da Internet (Fidalgo, 2000). De acordo com Manuel Carlos Chaparro (2001:71) com estas inovações verificou-se uma transformação não só em Portugal, como por todo o mundo: “O milagre tecnológico da informação em tempo real roubou ao jornalismo impresso diário o encanto da novidade”. Os media tradicionais, nomeadamente a imprensa escrita, perderam assim terreno face aos novos media. Se por um lado estes traziam benefícios no que diz respeito a uma produção mais actualizada e vasta de informação (para não falar na possibilidade de convergência), podendo servir como complementos dos velhos media, por outro lado levaram a um excesso de conteúdos sobre os mesmos temas, muitos deles medíocres (Pavlik, 2005). No entanto, há que ter também noção que não são apenas os velhos media que procuram aproximar-se dos novos. Tal como chama a atenção Joaquim Fidalgo:
“Um dado, entretanto, convirá reter: se os “velhos media”, parecem sentir uma óbvia necessidade de se juntar aos “novos”, sob pena de perderem o comboio do futuro, também estes “novos” parecem precisar em alguma medida dos “velhos” para lhes resolverem o problema dos conteúdos, ou até facilitarem a chegada à casa das pessoas”(Fidalgo, 2000:3)
Os media sociais foram um marco para a mudança de papel passivo para activo do cidadão-comum no panorama comunicativo. Estes permitiram que qualquer cidadão-comum com acesso à Internet passasse de apenas leitor a também editor/produtor de conteúdos informativos. Este fenómeno verificou-se, particularmente, com o surgimento dos blogues, que na altura do seu boom, em 2003 (Gonçalves, 2012: s/p), foram vistos como um potencial substituto dos media:
“Não há dúvida, portanto, quando se afirma que os weblogs são uma alternativa de informação face aos grandes impérios midiáticos. Livres de limitações físicas, da demora das publicações convencionais e da pressão dos veículos de comunicação, os editores de blogues são independentes de tudo o que os impede de criar, por outras vias, uma nova opção de informação. Através da linguagem do webjornalismo, com seus links, recursos multimídia, a customização da notícia, a interactividade, o hipertexto, os editores desses diários estão contribuindo de forma significativa para a construção de um modelo informacional que sempre estará em constante metamorfose, junto com a velocidade dos avanços tecnológicos, do clique do mouse e dos microprocessadores” (Mattoso, 2003: 44).

 Alguns profissionais do jornalismo, como Inês Amaral (2006:1), apontam estes espaços como “o expoente máximo dos self media”. Com os blogues basta ter um dispositivo ligado à Internet para qualquer individuo fazer comunicação em massa, o que não é bem visto aos olhos de alguns profissionais legitimados. A razão para tal é a de alguns jornalistas mais conservadores defenderem que os novos media, em especial os blogues, são espaços sem códigos éticos e por isso não garantem a credibilidade das informações que publicam nem o respeito pelos seus leitores (Borges, 2007:42).

2.2.A blogosfera em Portugal
Foi em 1999 que surgiu o primeiro espaço, em Portugal, com as mesmas características do blogue (Querido & Ene, 2003) e com ele o primeiro blogger. “Nasce o “netcitizen”, o cidadão do mundo digital, à deriva na teia da Internet, com acesso ilimitado à informação e à auto-edição” (Amaral, 2006: 4). No mesmo ano surge a Blogger, primeira entidade a disponibilizar uma ferramenta de edição dos weblogues. Mas foi apenas em 2001 que apareceram os primeiros blogues nacionais ligados ao jornalismo, sendo alguns deles o Ponto Media (em Janeiro), de António Granado, o Jornalismo Digital, um blogue conjunto, e o Jornalismo e Comunicação (em Abril), um espaço colectivo do projecto Mediascópio. Em 2003, a Blogger é comprada pela Google e passa a oferecer o alojamento, popularizando assim a abreviatura “blog”. É também nesse mesmo ano que se assiste ao verdadeiro crescimento da blogosfera nacional, tendo aparecido nesta altura os blogues mais emblemáticos ainda hoje conhecidos; o “Gato Fedorento” e o “Meu Pipi” são alguns exemplos.
“A blogosfera portuguesa já mexia com mais de um milhar de editores a publicar numa base diária, mas faltava algo, um acontecimento de repercussão mediática, para lhe conferir a visibilidade que muitos reivindicavam e colocar os blogs definitivamente na agenda.” (Querido & Ene, 2003: 23)
Em 2003, nasce o blogue “O Abrupto”. A criação deste espaço de José Pacheco Pereira, por ser de uma figura pública tão mediática, deu um grande impulso à criação de mais blogues do género em Portugal. Este ano foi também assinalado pelo primeiro alojador português de blogues – o Weblog.com.pt – da autoria de Paulo Querido. O mesmo tinha como objectivo constituir uma alternativa lusa ao Blogger. Contudo, a ideia foi também levada a cabo pelo Sapo, que criou meses depois os blogues da Sapo (Silva, 2008). Foi no mês de Junho deste ano que deu-se um boom da blogosfera:
“Esta explosão trará inevitavelmente crises de crescimento. Haverá weblogs que não compreenderão o ambiente de crítica aberta que se vive na blogosfera, outros que não estarão preparados para persistir na exigente tarefa da escrita diária, outros ainda que se cansarão facilmente de escrever para leitores imaginários que nunca (ou quase nunca) aparecem - é bom nunca esquecermos que o acesso à Internet é ainda um privilégio de uma fatia muito estreita da população. Mas a pluralidade de vozes que esta explosão trouxe à Internet portuguesa só pode ser positiva, como é positiva a pluralidade de órgãos de comunicação social na esfera pública. Como acontece com outros sectores da sociedade, os mais bem escritos, mais interessantes, mais persistentes resistirão e ganharão cada vez mais credibilidade. Os outros desaparecerão sem deixar qualquer rasto. Será a selecção natural aplicada à blogosfera.” (Granado, 2003: s/p)  
O número de blogues portugueses era assim superior ao identificado em 2000. A visibilidade adquirida quatro anos depois do seu surgimento em Portugal, fez com que a atenção dos media tradicionais se focasse sobre eles (Silva, 2008). Esta situação pode ser justificada pelo facto de também figuras públicas, como já foi referido antes, aderirem ao blogue para exporem as suas ideias e devido aos seguidores que ganharam pelas suas características singulares: escrita intimista e crítica, livre de linhas editoriais, sem agenda e muitas vezes temática. Mas não só: o facto de muitos jornalistas começarem a usar estes espaços também suscitou medos entre os profissionais mais conservadores. É o que podemos ver na Revista Jornalismo & Jornalistas de Janeiro/Março de 2010, edição do Clube de Jornalistas, na qual um dos temas foi precisamente “Os media e a blogosfera: conflito em público?”:
“Se há quem alerte os jornalistas para acautelarem o que publicam nos blogues, há também quem sublinhe que a blogosfera é um espaço livre a que qualquer cidadão tem direito. De uma discussão mais vasta, cujos argumentos são frequentemente esgrimidos em público, parece emergir uma colisão das esferas pessoal e profissional e um embate entre velhos e novos media.” (Freitas, 2010:3)
Todavia, apesar dos receios, nos últimos anos vários media passaram a incluir blogues nos seus espaços online, os sites. Desde blogues próprios a blogues convidados, ainda hoje estes se encontram nos separadores de alguns deles, como é o caso do jornal Expresso e do PÚBLICO.
No entanto, depois deste rápido incremento e ampliação da blogosfera em Portugal, começou a evidenciar-se um novo fenómeno: o de muitos espaços mais antigos saírem dos serviços de alojamento e criarem o seu próprio domínio, adoptando um aspecto mais profissional e de site.
“O blog começou por ser pequeno, mas logo cresceu rapidamente, post a post, até ser aquilo que hoje é, um longo registo de pequenas recordações de duvidosa importância. Foi isto que o seu dono pensou, e ponderou até apagá-lo, mas era um homem muito esquecido, e o blog tinha uma memória extraordinária. [A moral desta história não oferece quaisquer dúvidas: se tens má memória, confia então na do teu blog.]” (Querido & Ene, 2003: 8)

2.3.Blogues: complemento ou alternativa?
Quase uma década depois do boom, ainda hoje existem muitos blogues dedicados ao debate de assuntos da actualidade (Querido, 2008). Seja de âmbito informativo ou mais de entretenimento, eles existem e continuam a ter leitores.
Em temos mais remotos, entre 2003 a 2007, altura em que por todo o mundo os blogues tinham mais força, chegou-se a pensar que este formato viria roubar o protagonismo aos media legitimados, apresentando-se como uma alternativa:A produção de conteúdo pode ser realizada por qualquer pessoa, e feita de qualquer lugar. Os números confirmam a crescente utilização dessa possibilidade, através do aumento dos usuários” (Mauad, 2009:7). Foram muitos os teóricos e profissionais da área que falaram nessa possibilidade. Sem linhas editoriais fixas, estatutos ou códigos deontológicos que os regessem, os blogues eram espaços com algo de novo a apresentar ao mundo. Ideias eram expostas a um ritmo alucinante, com o qual os media não podiam competir. Sem tabus ou interesses subjacentes, os autores destes espaços – desde meros indivíduos anónimos a figuras públicas - expunham os seus pareceres, que eram lidos por muitos leitores.
«Os blogues, pela actualidade constante da informação, pela possibilidade de participar, de opinar, traduzida numa autêntica democratização do espaço público. Este deixou de ser “monopólio dos jornalistas” (JV). Os blogues são citados nos jornais, despoletam investigação jornalística, como aconteceu recentemente com as habilitações académicas do Primeiro-Ministro, José Sócrates, alimentam polémicas intermináveis, contribuindo, assim, para roubar leitores aos jornais, ainda que este “roubo” deva ser matizado pois carece de estudos e análises científicas.» (Matos, 2007: 3)
No entanto, a imprensa escrita, em particular, tentou usar desde sempre os blogues como complementos do trabalho feito em papel e até no seu site. Muitos jornais generalistas adoptaram blogues, fixando-os nos seus espaços digitais. A seu ver criavam assim uma proximidade com os leitores, dando-lhes a possibilidade de, além da informação factual, poderem saber um pouco mais de um modo mais informal. Tentaram juntar o útil ao agradável com esta fusão. É com esta perspectiva de complementaridade que a investigadora Catarina Rodrigues (2006) concorda quando fala da relação entre os blogues e os media:
“Um blog pode funcionar enquanto dispositivo complementar da edição de notícias, através do qual é possível acrescentar novos dados e até discutir com o autor das mesmas, comentando-as. Neste caso, o blog seria uma acrescento à própria versão online do meio de comunicação relacionando-o com o público e criando interactividade com os leitores, aumentando o número de informação disponível sobre um determinado assunto” (Rodrigues, 2006: 67).
Mesmo que a sua popularidade tenha passado, o contributo dos blogues foi particularmente importante para o escrutínio da imprensa escrita, que até há uns anos não existia de todo. Quem o assegura é José Pacheco Pereira: “Mesmo quando não fornecem essa crítica de qualidade, [os blogues] tornaram a reflexão sobre os jornais inevitável e inescapável”( Pereira cit. em Matos, 2007:3).
No entanto, a substituição dos jornalistas por bloggers ou dos jornais por blogues é algo que nunca aconteceu e um assunto que, quando debatido, ainda gera divergências:
“Pensar os blogs como uma forma de jornalismo alternativo é, apesar de tudo, algo que ainda está longe de reunir consenso. Se, por um lado, é possível acrescentar num blog informação que não cabe nos media tradicionais, por outro lado, questiona-se se será ético usar informações recolhidas durante a actividade jornalística com outra finalidade a não ser a de servir o meio de comunicação para o qual se trabalha” (Rodrigues, 2006:70).

3.    Estudo de caso
3.1 Metodologia
Neste trabalho de investigação é importante identificar a metodologia e processos de análise que permitiram este estudo. Para começar, é necessário explicar que o estudo de caso foi a abordagem metodológica escolhida para procurar compreender o fenómeno complexo da blogosfera de cinema. Mas mais concretamente o papel dos blogues nacionais como meios de divulgação do cinema, problemática que surgiu no contexto do meu estágio, como já foi anteriormente explicado.
Se considerarmos as palavras do teórico João Pedro Ponte, percebemos, em linhas gerais, o que é exactamente o estudo de caso:
 É uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse” (Ponte, 2006:2).
Neste sentido, percebemos como o tema em questão se adequa a esta metodologia, uma vez que é um assunto demasiado específico, pioneiro, podendo vir no futuro a contribuir para conhecer melhor a blogosfera e outros estudos do género.

Este estudo de caso será trabalhado sobretudo numa perspectiva qualitativa, com recurso à análise documental, a entrevistas e a questionários. 

Em primeiro lugar, como em qualquer investigação, foi indispensável perceber que tipo de dados bibliográficos mais generalistas, ligadas aos novos media e blogosfera, poderia usar para o enquadramento teórico deste estudo. Visto isto, passei à etapa seguinte, a de recolha de dados através da entrevista e questionário.

Foi através de instrumentos fornecidos pela análise de conteúdo categorial temática (Bardin, 1979) que examinei as entrevistas (de natureza semi-directiva) realizadas para este trabalho. Neste sentido, esta proposta de análise de dados permitiu-me evidenciar temas e opiniões comuns aos vários entrevistados – bloggers, entidades ligadas ao cinema e teóricos. Por isso, por opção pessoal, sempre que necessário, as informações apresentadas serão acompanhadas por exemplos através da transcrição de pequenos excertos das entrevistas. Estas foram realizadas na sua maioria através do e-mail, Skype, e chat, do Facebook e Gmail. O número de entrevistas foi relativamente numeroso, com o objectivo de tornar este estudo o mais completo e legitimo possível.

Para conhecer a história da blogosfera de cinema e o panorama actual, foram entrevistados individualmente 15 bloggers de cinema ainda activos, membros do grupo do Facebook, Bloggers Cinéfilos. Como critério usei o facto de fazerem parte deste grupo, porque assim tenho a certeza que são portugueses, e continuarem a ter blogues activos de diferentes gerações da blogosfera, delineadas por mim (uma do período 2003- 2007 e outra de 2008-2009), como veremos mais à frente. As entrevistas foram quase todas feitas à distância pelo facto de os bloggers serem de partes diferentes do país ou, em alguns casos, morarem mesmo fora dele, por questões laborais ou académicas. No entanto, foram realizadas entrevistas pessoais - a cinco bloggers, numa reunião informal, que teve lugar na Cinemateca Portuguesa de Lisboa, na altura em que elaborei a reportagem que deu origem a este estudo. A par destas entrevistas foi também realizada uma conversa conjunta no grupo Bloggers de Cinema, do Facebook, com o objectivo de esclarecer melhor os contornos desta comunidade. Foram ainda entrevistadas algumas pessoas ligadas ao cinema a fim de compreender a importância dos blogues para esta actividade: a directora da revista Empire, o director da revista Take, o director e fundador do festival FantasPorto, a directora de comunicação da produtora Lightbox, o director de marketing da distribuidora Columbia Tristar Warner e responsável pelo programa Cinemax. Finalmente, foi entrevistado o docente da disciplina de Ciberjornalismo, na Universidade do Minho, Sergio Denicoli.

Os inquéritos por questionário foram realizados em duas frentes (Quivy, 1998). Uma apenas dirigida a bloggers de cinema – os elementos do Facebook atrás referidos. Neste, 65 responderam ao inquérito, o que é um número bastante representativo, visto que o grupo tem cerca de 100 pessoas. Os demais inquéritos foram espalhados pela Internet com o auxílio da página do Facebook e do mail institucional da universidade. A este questionário, que pretendia saber qual o meio mais usado para ler sobre cinema, responderam um total de 72 pessoas.

Aproveitei a amostra de 65 pessoas também para analisar os seus espaços e classificá-los qualitativamente de acordo com três fases de evolução identificadas por mim: fase 1 – blogues primitivos, fase 2 – blogues híbridos e fase 3 – blogues profissionalizados. Esta classificação é importante para tentar explicar a minha opinião de que foi mais rápida a profissionalização dos blogues mais recentes.
(CONTINUA)

3 comentários:

  1. Adorei ler o texto, dá uma perspectiva geral do começo dos blogues e desta dicotomia amadorismo/profissionalismo interessante.

    Aguardo as próximas partes.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

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  2. Um artigo excelente. Obrigado.

    Cumprimentos

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  3. Impecável.
    À espera da continuação... :)

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May the force be with you!