Crítica: WWZ- World War Z (2013)
Muitos, já desde Romero, têm profetizado nos seus filmes o fim da humanidade, não numa luta de igual para igual em que civilizações se revoltam umas contras outras, não por mero fenómeno natural ou religioso, mas, sim, por intermédio de um vírus voraz que transforma humanos em zombies.
Mais uma vez, os mortos-vivos descem/sobem/continuam à/na terra e aqueles cujos corações ainda batem vêem-se encurralados, enquanto a 'praga' alastra por todo o mundo descontroladamente. Em "WWZ" - "World War Z" - , a história repete-se, tendo, no entanto, um novo facto como novidade: o fenómeno pós-apocalíptico dá-se por todo o mundo, não que os outros não se dêem, mas geralmente a acção concentra-se em apenas um país ou região, nomeadamente os EUA; o "28 dias depois de Danny Boyle" é um desses casos. No entanto, embora essa novidade exista, não é suficiente, o deambular pelos vários pontos do mundo da personagem principal não tem a intensidade, nem continuidade, merecidas. Aliás, de todos, o que se revela mais cativante é o último, que nos reporta a uma base científica da OMS, em Gales. Ao nos deparármos com esse episódio, de repente temos a sensação que a concentração dos argumentistas se cingiu apenas áquele momento, deixando um pouco aquém a restante história. Não fosse eu uma fã incondicional de filmes de zombies e os 'Zeeks' não seriam suficientes para me fazerem sentir que valeu a pena deslocar-me até ao cinema. Há uma mudança brusca de ritmo da narrativa. Mesmo para aqueles que estão alienados do facto de o filme ter sofrido vários problemas de produção, tendo o seu final sido refeito após o primeiro visionamento, nota-se uma mudança brusca de 'estílo'. Temos um início e desenvolvimento marcados por um despoletar de situações que levam Gerry Lane a procurar soluções para não acabar infectado e buscar pela explicação da origem do vírus, mas do nada tudo se transforma tão rapidamente que Lane tem uma epifania e percebe a fraqueza dos zombies. Daí em diante o filme corre a um ritmo fulminante, e ,chegando à OMS, tudo se passa tão depressa que não há tempo para grandes suspenses nem dúvidas de que o final está próximo e o herói não será vergado pelos zombies. O elemento surpresa é de alguma forma morto.
Um dos poucos pontos fortes, nesta adaptação livre do livro de Max Brooks, é Brad Pitt que encabeça o 'salvador' e protagonista máximo da história (Gerry Lane). A sua prestação é, como não seria de duvidar, digna do peso, que já vai tendo de cada vez que aparece no ecrã. Arrisco a dizer que seria difícil o filme ter a visibilidade e credibilidade que tem aos olhos do espectador caso o actor não figurasse nele. Alguns exemplos que tornam Pitt o trunfo do filme são o facto de apesar das deixas serem um pouco cliché e lamechas, mesmo assim, conseguir fazer com que não soem a algo ridículo, mantendo o nível, que por vezes oscila, da película. A incoerência da sua personagem deita por vezes os seus esforços por água abaixo, pois é apenas um simples investigador da ONU, que do nada é convocado por um conhecido do governo...
Alguns factos irritantes são as filhas terem ataques de gritos ao estílo de Dakota Fanning em "Guerra dos Mundos" ou, ainda, a atitude sem nexo nenhum de expulsarem a família da plataforma para outra região, tentando criar um certo mistério nas mentes do público, mas revelando de modo demasiado seco esse twist - o de que afinal a família de Lane continua bem e que esta não foi deixada à mercê dos zombies. Todavia as expectativas baixas (mais do que as que levei para o "Man of Steel"), muito CGI, (mas penso que não exagerado), uma história que promete sequela, alguma emoção, suspense, exlplosões, ziliões de zombies em pirâmide, assim como a promessa de a história vir a melhorar nos próximos filmes, com um toque metafórico, parece trazer alguma esperança.
Alguns factos irritantes são as filhas terem ataques de gritos ao estílo de Dakota Fanning em "Guerra dos Mundos" ou, ainda, a atitude sem nexo nenhum de expulsarem a família da plataforma para outra região, tentando criar um certo mistério nas mentes do público, mas revelando de modo demasiado seco esse twist - o de que afinal a família de Lane continua bem e que esta não foi deixada à mercê dos zombies. Todavia as expectativas baixas (mais do que as que levei para o "Man of Steel"), muito CGI, (mas penso que não exagerado), uma história que promete sequela, alguma emoção, suspense, exlplosões, ziliões de zombies em pirâmide, assim como a promessa de a história vir a melhorar nos próximos filmes, com um toque metafórico, parece trazer alguma esperança.
Contudo, quem não tem uma performance nada admirável é Mireille Enos, que desempenha a personagem de Karin Lane. Além de apática, faz com que a possibilidade de ver o marido pela última vez pareça o mesmo que ir ali ao parque comprar um gelado e vir umas horas depois. É um bocado frustrante ver um papel assim quando a ideia de um filme de horror/acção de mortos-vivos costuma envolver caos e mais caos e não a paciência e calma de um Ghandi. Enos parece muito pouco natural e a sua personagem revela uma falta de pulso da realização incrível. Marc Forster não esteve muito bem em vários aspectos já apontados por todo o filme. É inegável, porém, apesar das duras críticas, que o filme confere o entretenimento médio de um filme do género. O 3D serve por meia dúzia de vezes para reforçar o impulso para a plateia saltar da cadeira. A banda-sonora e a fotografia, com a ajuda da sua comparsa, a acção, enchem o olho daqueles que gostam de um bom filme de zombies comercial, com tudo aquilo que têm direito: morte, um interessante protagonista, alguns momentos bizarros, suspense, acção e, claro, muitos e muitos zombies!
Nota: 7/10
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May the force be with you!