Sobre Breakfast At Tiffany's

19:41:00 Unknown 2 Comments

Porquê o fascínio por este filme? É difícil explicar com apenas um motivo, pois são vários, dos quais alguns um pouco difíceis de expressar através das palavras. Começando pela história, no geral, é maravilhoso como a obra original, que falava de uma mulher que não era muito mais do que uma acompanhante de luxo, se tornou em algo tão clássico e icónico devido à presença de Audrey Hepburn no papel principal.  Fazendo com que até hoje tenha passado ao lado de muitas pessoas, que viram o filme e o idolatram, o que realmente era a personagem Holly. Supostamente, tinham pensado na actriz Marilyn Monroe, ou alguma com o mesmo perfil, para o papel, mas, felizmente, não o fizeram. E o facto de não o terem feito, fez com que "Breakfast at Tiffany's" se torna-se no filme de culto que é hoje. No qual o encanto, presença e graciosidade de Hepburn se sobrepôs ao papel que lhe foi conferido, dando um novo significado, bem mais profundo e sério, à história base.

Mais de 50 anos depois da sua criação, a película de Blake Edwards continua a encantar cinéfilos por todo o mundo. Uma comédia romântica, que também tem o seu qb de dramática. Aliás, em alguns aspectos é extremamente cruel e real, demonstrando algumas emoções transversais a muitas mulheres, quiçá humanidade. Dúvidas, conflitos internos, arrependimentos, medos e autodestruição são alguns dos temas expostos no filme com a ajuda de uma personagem que ficará para sempre nos corações - Holly. Sendo que esta toca e canta uma música verdadeiramente apaixonante chamada Moon River, memorável.

 Além de um belo elenco, que conta também com George Peppard, o filme tem ainda mais predicados. Mas certamente a personagem desempenhada por Audrey é o maior deles. A mulher que escolhe um gato para animal de estimação porque "não pertence a ninguém"; com um animal que se chama Cat por não precisar de rótulos, nomes ou donos; com uma personalidade controversa, neurótica, divertida, apetecível e irresistível, que nos faz esquecer que é humana. Que nos faz sentir ela.
 Quem é que nunca se imaginou na pela desta mulher? Quem é que nunca desejou fugir ao seu destino ou realidade? Quem é que nunca sorriu quando na verdade apenas queria chorar?... Sim, levantem os dedos e acusem-se. Um a um. Porque em "Breakfast at Tiffany´s" temos esta simbiose de sentimentos que começa nas personagens e acaba por invadir o público. Temos momentos cómicos e momentos verdadeiramente tristes, tocantes. Temos cada um de nós a ser projectado naquela tela. Com um grande rol de incertezas que nos fazem, por vezes, não querer dormir para não descobrir como será o dia de amanhã. Mas que, ao mesmo tempo, nos fazem ter curiosidade sobre o que o destino nos reserva ou se realmente este nos reserva algo. Se algum dia viveremos na loja da Tiffany's, ou se ficaremos para sempre presos no nosso interior, à luta com o nosso maior inimigo: nós próprios. É nisto e muito mais que a película nos faz reflectir. Confesso que dificilmente consigo assistir o filme sem ficar emocionada ou chorar. Seja pelo contexto em que o vi pela primeira vez, que já faz parte de um passado que nunca voltará a repetir-se, ou por tudo aquilo que me faz sentir, pensar e lembrar.

Por isso, a todos os que ainda não viram esta maravilhosa película, recomendo, vivamente, a o fazerem o mais depressa possível. Enquanto isso, continuarei a revê-lo até me cansar...

2 comentários:

  1. Vim deixar um comentário, mas não tenho nada a comentar. Sabes que é daqueles que vejo todos os anos sem me cansar e não muito mais do que isso para não estragar. Enquanto só dizes bem só posso concordar.

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  2. Para além da personagem, o filme continua a ter um aspecto arrojado e moderno, como o The Party e outros do Blake Edwards da mesma altura; uma maravilha.

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May the force be with you!