Esta semana temos bom cinema

15:13:00 Unknown 2 Comments


Nunca fui a fã mais entusiasta de filmes de super-heróis, a razão para isso é que considero que a maioria destes são feitos às três pancadas e dificilmente conseguem ter qualidade sequer para entreter. Ao longo dos anos, isso foi-se intensificando. Nos últimos dois ou três assistimos a um hype enorme de filmes do género. Não que me desagrade que existam em grande número, o que me desagrada é a saturação a que submetem o público quando não existe o mínimo de "cuidado" e qualidade nestas "obras", que nunca chegam a ser "primas". E todo este paleio serve para chegar a este ponto: porque razão este "The Amazing Spider-Man" me está a suscitar tanto interesse, dada esta minha não predisposição a este género de filmes? E a minha resposta baseia-se no facto de ter acompanhado parte da BD e desenhos animados sobre o mesmo na minha infância. A nostalgia funciona bem quando se aplica a uma personagem, e aqui neste potencial "Fantástico Homem-Aranha" pela primeira vez vejo a possibilidade de se ligitimar Peter Parker como o herói adolescente, desajeitado e confuso que tenta saber mais sobre si, se preocupa com a sua família em vez da personagem interpretada por Tobey, que fazia lembrar um aracnídeo com problemas de sexualidade e a roçar o emo. Muitos adeptos da anterior trilogia e respectivo actor ficarão ofendidos, eu percebo essa posição, mas não podem negar o quão ridículo consegue ser a postura do actor principalmente no terceiro e último filme do Spidey. Bem, para o bem ou para o mal, estou entusiasmada com esta segunda oportunidade. O actor é bom e tem um óptimo perfil para a coisa - olho e imagino ali um Peter Parker -, vejo uma Emma Stone que não será uma Mary Jane, mas uma nova personagem (Gwen Stacy). E temos ainda uma personagem que esteve bem presente na série de animação, The Lizard ou Dr. Curt Connors. É um mundo novo prestes a abrir-se em tela, porém, para mim, estou crente de que vai funcionar...
O filme volta às origens de Peter e tem na realização Marc Webb. Neste momento devem estar a pensar que este nome é familiar, muito bem, estão certos, porque foi o responsável pela direcção do indie "500 days of Summer".



Tenho um grande amigo que tem como realizador preferido o Wes Anderson. Não é o meu, confesso, mas admiro o senhor de tal forma que bem o poderia ser. Aquele efeito de cores, misturando um cenário tão cuidado - entre o onírico e o realismo - consegue ser encantador, cativar-nos e prender-nos de um modo ligeiro e agradável. Vemos isso desde Bottle Rocket ( que considero o seu filme mais fraquinho e é também o seu primeiro, onde se estreia como realizador e argumentista), assim como em The Royal Tenenbaums (um filme delicioso), tal como Rushmore (o melhor dele, na minha opinião), The Life Aquatic with Steve Zissou (mediano), The Darjeeling Limited (hilariante), Hotel Chevalier (curta belíssima), Fantastic Mr. Fox (cute). O cinema feito por este realizador tem uma marca própria que se traduz na criação de um "mundo", tal como outros realizadores consagrados, que quando vemos os seus filmes conseguimos de imediato apontar o dedo e dizer: este filme é de X realizador, tenho a certeza! Os planos longos, mas bem configurados - cores, banda sonora, elementos cénicos, fotografia - conseguem ser meticulosamente pensados de modo a não aborrecer o público pela falta de movimento da câmara. Os actores já repetidos também levam-nos a criar uma certa familiaridade com os seus filmes e ainda o elemento comum em todos os seus filmes - o de uma crise existencial normalmente reproduzida por uma família ou personagens com proximidade perto de um "ataque de nervos".
Depois disto tudo, é de esperar a afirmação seguinte: sim, estou em pulgas para ver Moonrise Kindgom. E espero que seja mais um brilhante e engenhoso filme, tal como Wes tão bem nos habituou. Ah, e para os apreciadores da banda, o que é o meu caso, temos o plus de April March a acompanhar o trailer com a música Le Temps de l' Amour.



Não com tanto destaque, mas ao que parece também interessantes, temos mais dois filmes, os quais deixo o trailer: É de salientar o facto de ambas as personagens ser femininas, uma delas uma cara bem conhecida já do cinema europeu.






2 comentários:

  1. O Moonrise Kindgom é simplesmente delicioso :) e tem todas as características que o bom velho Wes nos habituou. há que vê-lo com uma certa urgência!

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  2. Está para breve, caro Projeccionista :)

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